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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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Em uma tarde formosa de agosto, umas damas portuenses, hóspedes dabaronesa, perguntaram a um cavalheiro de santo tirso onde é que estava poraqueles sítios uma ermitoa que o povo chamava a "bruxa do monte Córdova".— Oh, minhas senhoras! — respondeu o cavalheiro —, não pensei quechegava ao porto a fama da bruxa do monte Córdova!— Pois não chega?! — volveu uma dama. — olhe que a mamã, quando opapá esteve a morrer, veio aqui onde está a tal mulher, de propósito, a pedirlheque rezasse pela saúde do papá, e...— E o caso é que o seu papá melhorou, minha senhora — interrompeu orisonho sujeito, que se prezava de ter dois dedos de filosofia, segundo aquantidade em que ela está distribuída em santo tirso.— Melhorou, sim, senhor. E quer saber mais? A mamã mandou àmulherzinha não sei quantos cruzados novos, e ela pediu ao criado que lhedesse meio tostão para azeite da lâmpada da capelinha e não quis mais nada.— Lá pela independência dela fico eu — disse o cavalheiro. — sei que abruxa não aceita, senão algum bocado de pão e couves para o caldo; eacontece, se tem pão de mais, repartir com os pobres que lá vão consultá-lapara doenças, ou pedir-lhe orações; creio isto porque o sei de bonsinformadores; mas, se a vossa excelência me permite, não acreditarei que elacurou seu papá.

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