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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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Bem é de entender quanto poderiam com o prelado as insinuações dos doisinimigos de frei Tomás. A origem destas desavenças deram-na eles, acusandoode ímpio e profeta da ruína dos mosteiros. Depois, foi frei Tomás que lhesacendeu a raiva, desprezando-os. Por derradeiro, acerbara-lhes o ódio oaparecimento de Angélica, o sentirem-se ambos cativos da estranha lindeza darapariga, e o verem que ela, à saída da igreja, estivera no adro conversandocom o frade leigo, antigo criado e amigo de frei Tomás de S. Plácido.Com efeito, frei João do socorro, tendo na mente empecer ao progresso dapaixão do seu amo, achegou-se de Angélica e brandamente lhe pediu que nãoviesse às festividades do mosteiro, se não queria mortificar o pobrezinho defrei Tomás.Angélica não se fez de novas nem fingiu espantos. Desatou a chorar,escondendo o rosto nas pontas do lenço de seda. Palavras nem uma nemduas. Ficou entalada, e estugou o passo a fugir dos olhares de muita gente quevia o lanço de avizinhar-se dela o donato.Recebeu logo o dom abade dois avisos a um tempo; a saber: que uma belajovem de S. Pedro de Alvite estivera em colóquio amoroso de olhos com ocolegial frei Tomás de S. Plácido; e que frei João leigo estivera no terreiroconversando com ela.Foi o donato chamado à cela do abade e mandado, em virtude de santaobediência, declarar o que tinha que dizer à rapariga. Frei João expendeu com

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