25.08.2015 Views

A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

Untitled - Luso Livros

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

— É verdade... Como há de ser? — À saída do encanamento encontraráum homem, um amigo, encontro de maior preço que o de cem homensaparelhados para o defenderem.— Um amigo! Dois sei eu que tenho... Quem é o terceiro? — O leigo freiJoão de socorro, que já não é leigo: é o velho criado do seu pai: o JoãoAntónio que aqui vinha chorar quando frei Tomás noviciou. Aqui voltouchorando agora mais agras lágrimas. É ele que o espera com os seus antigosvestidos...— E o meu pai?... Saberá que eu fujo? — não sabe: o seu pai...Abandonou-o. Não lhe pernoite em casa, que se arrisca a ser reconduzido aotronco. Adeus. Esta demora pode ser notada. Até à noite. Aqui tem a chave:prenda-se ao cepo. À hora em que eu houver de entrar esteja ao pé doalçapão.Conforme o costume, o donato carcereiro abriu a porta, deu entrada a freiManuel e foi trasfegar com o cozinheiro duas garrafas de vinho, transfusãoordinária com que os dois seroavam sua meia hora por noite, apimentando aslínguas eloquentes com as talhadas de paio que já não cabiam nas calugas dosabstémios beneditinos.A meia hora dava tempo e sobras a que frei Tomás de S. Plácido descesse dosbraços do leigo ao aqueduto, e o leigo se detivesse quinze minutos com oouvido colado à boca do encanamento escutando o sonoro bater dos pés no

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!