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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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— Não está. Contava nove séculos quando o examinámos e pareciaconstruído naquele dia. Se, porém, o fugitivo topar embaraço invencível,retrocederá.— E chave com que abrir os olhais do cepo?-perguntou frei Manuel.— Hei de eu mandar-ta de alpendorada. Tu me darás o molde em pasta decera, e eu a mandarei fabricar à nossa aldeia.— Que grandíssimo amor tens a este rapaz! — observou o donato.— É amor à justiça, e compaixão daquela pobre alma doente e incapaz dereconhecer deus nos ministros que o perseguem. Este rapaz não pode serfrade. Praticou a rara virtude de vestir o hábito por obedecer ao pai, quando oamor mais contraditório deste outro violento amor de deus o atava àliberdade, aos prazeres inocentes de ser amado, e de crer que a providênciaboa e adorável era a que lhe enchia de graça a mulher da sua ternura. Porqueentendi eu a alma deste rapaz?— Bem sei... — disse o donato. — ainda tenho lágrimas... Ainda as sangrao coração de setenta e oito anos... Não posso ainda... — exclamou ele comtremente excitação-, não posso ainda orar por alma do meu pai, que não vejaaquela mulher antepor-se ao fantasma do velho e dizer-me: "eu acabei depaixão por ti: reza pela minha alma. " vencidos os soluços, frei jacintoprosseguiu: — Tomás não vê da religião de cristo senão o lado repulsivo quelhe deram os homens. Não tem fé... Também eu a não tinha. Quem pode

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