25.08.2015 Views

A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

Untitled - Luso Livros

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

— Só ele morreu... — balbuciou Angélica, feita uma curta pausa.Pouco depois, a cabeça da moribunda escaldava e o sangue batia-lhevelocíssimamente nos pulsos. Era um incêndio febril, a lavareda que pegaranas arestas daquela adelgaçada vida.Dois facultativos impediram que o barão a transportasse num a cadeira derespaldo, até ao fundo da serra, dando-lhe como inevitável a morte nocaminho. Também não se animaram a bruxa do monte Córdovamedicá-laenergicamente com estímulos cáusticos, por não lhe acharem vitalidade quereagisse. Alvitraram que se esperasse a crise, cuja demora não podia ser longa.Todos pernoitaram no monte Córdova. Abrigaram-se na capela as senhorasportuenses com os meninos. Na choupana ficaram o barão e os restantes.Por noite alta, a febre quebrou; mas o aspeto da moribunda, esvaída a corfebril, era já de morta.Ainda não. Descerrou as pálpebras, reconheceu o filho; apertou-lhe a mão eaconchegou-a dos lábios carbonizados, dizendo em voz clara:— Os netinhos... Foi a baronesa pressurosa buscar os filhos que dormiamvestidos nos regaços das senhoras. Trouxeram — nos as damas todos quatrono colo, e aproximaram-nos da avó.Angélica deu-lhes a mão a beijar. As crianças estrouvinhadas esfregavam osolhos, sem darem o maior apreço à triste solenidade do acto.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!