25.08.2015 Views

A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

Untitled - Luso Livros

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

CAPÍTULO XIIADEUS!Angélica Florinda hospedara-se dois dias em casa do amigo de Tomás deAquino, enquanto alugava e alfaiava uma casinha das abarracadas que sedesfizeram no cimento do circo — bazar-teatro-restaurante-ginásticopirotécnico,chamado em linguagem enxacoca palácio de cristal.Olhava contra o mar a pequena adufa da casa. Ramalhavam-lhe sobranceirasas corpulentas faias da quinta, onde Carlos alberto ermou e achou a mortecom todas as tristezas da solidão. Aqueles silêncios das sombras enoitecidasestá sendo hoje o que é tudo por onde a indústria gananciosa edifica seustelónios. As aves fugiram dali; a folhagem não rumoreja no chão arrelvado; aágua dos meandros, repuxada em bicas, já não tem a música e graça alpestresdo seu soído. Acabou tudo. A poesia e a meditação, as duas asas da almadesterrada, não reconhecem já o céu onde avoejavam, antes que a fumaradadas máquinas empestasse as auras que vinham do oceano ao desdobrar danoite...Que tristeza tão fora do ponto vem esta! Se haveria alguém de juízo quesubscrevesse este protesto contra os mercadores do progresso (a coisa dizprogredior) que desarraigam as árvores para aplainarem terra onde armemsuas tendas de bonifrates e cascavéis!

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!