25.08.2015 Views

A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

Untitled - Luso Livros

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

em Tibães, onde o servo ia todos os meses, e perguntar-lhe ele se Angélicaainda lá ia por casa, se o tio brasileiro ainda estava na terra, e outrascuriosidades, confirmavam-lhe a desconfiança. Falar-lhe nela, bem o faria oleigo, se escrúpulos o não amordaçassem. Contra a paixão pecaminosa doamortalhado rapaz não ousava também frei João invetivar. Seria sarjar-lhe achaga sem a certeza de cicatrizar o que o tempo não tinha conseguido.Andava o consternado velho agora indeciso entre calar-se e consolá-lo. Osilêncio não prestava algum beneficio ao seu querido amo; ora, a consolação,como o frade a carecia, encontrava o ânimo religioso do leigo.Neste meio tempo, Angélica voltou à igreja do mosteiro e frei Tomás de S.Plácido tomou a vê-la. Deteve-se já imóvel a contemplá-la. Não fugiu àtentação: alheou de si a consciência de monge, e fitou-lhe uns olhos amorosos,orvalhados de doce alegria como se fora homem, e dentro do peito sentissealguma coisa mais sagrada que o hábito exterior.A rapariga, depois que rezou à virgem da sua devoção, sentou-se à espera damissa. A espaços relançava ao coro a vista com o recato e a modo deassustada. reparou de que a observavam de lá. Reconheceu frei Tomás algumtanto afastado de dois monges que também a lobrigavam por entre ogradeado de madeira. Temia-se destes, receosa de que a espiassem. E freiTomás, também, se eles o observavam de soslaio, voltava o rosto para não darsuspeitas.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!