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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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O irmão ainda mostrava um resto das feições da mocidade. Estava gordo,alegre e feliz com os seus muitos filhos.Perguntou-lhe a pobre se todos eram seus filhos.— Todos e tenho já três no céu — respondeu ele. — ainda aqui falta umacachopa, a mais velha, que está doentinha de mal de olhado. Pegou a nãocomer, a emagrar e chupar-se, que está na pele e osso. Tem bebido tudoquanto há na botica e não sai dali. Está tolhidinha!— Se fizesse favor de ma mostrar-disse a penitente, nome com que elarespondia a quem quer que lhe perguntava o nome.Conduzida à cama da tolhida, apenas entrou no quarto, Angélica deu de olhosnuma imagem do crucificado. Aquele quarto era o em que ela dormira dezoitoanos. A imagem tinha ainda lateralmente umas jarras azuis que AngélicaFlorinda havia comprado para ter sempre flores da horta ou do monte à suamilagrosa imagem. Quedou-se a contemplar tudo, e desatou chorando porquenão pôde ter as lágrimas e soluços.O pai e mãe da doente agouraram mal daquele chorar: quanto a eles, avirtuosa pobre tinha santidade de ver o futuro, e para logo adivinhara que adoentinha morreria.— Vossemecê que vê? — perguntou-lhe o irmão. — a rapariga irá desta?...

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