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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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deteve-se na vizinhança da casa do picoto, hóspede de uma família aparentadado seu pai.Viu Angélica, de perto, mais adorável, mais estimulante. Buscou azo deencontrá-la ao alcance das mãos que se atreveram a passar maciamente nasfaces da jovem. O sítio era deserto, no recosto de um pinhal, onde a pegureiravigiava o gado. Angélica, mais irada que temerosa do insulto, lançou mão datamanquinha ferrada e prometeu cambiar com ela as carícias do frade. Sobravaem frei Joaquim amor para perdoar tamanha injúria. Queixou-se da ingratidão,desentalou-se da vergonha, suspirando, e falou tão ardentes coisas à rapariga,que uma só nos basta para entender a pujança da cobiça libidinosa do monge:prometia-lhe ele anular os votos, e casar, se ela quisesse acompanhá-lo paraEspanha e de lá para Roma, onde iriam pedir dispensa ao padre santo.Angélica escutava, fiando serenamente, a parlenda do frade. Se ele, naveemência declamatória, avançava um passo, recuava outro a rapariga,olhando de esconso sobre o calhau mais ajeitado para a defesa. Quando freiJoaquim arredondava o período com uma pergunta, tal como:— Angélica!, meu bem!, porque me não ama, se eu quero fazê-la minhaesposa?A rapariga respondia:

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