25.08.2015 Views

A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

Untitled - Luso Livros

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

a fruta acolá por aqueles ramos! Caduquei... E elas florescem como há cemanos. Ainda cá ficam, ocas e roídas, mas a florir e frutear. .. Que somos nós, senão produzirmos flores e frutos de amor e bem-fazer?! Menos que árvores.Sobresteve a remirar a florescência das fruteiras, pensativo e silencioso.Rolou-lhe vagarosa uma lágrima a desfazer-se nas barbas alvas e arriçadas quese lhe espessavam por todo rosto.Berre que minguada de espíritos levantados àquele compungido cismar doancião, a família chorava. Há uma altíssima poesia, tão da natureza, e ajustadaao comum sentimento que a toda a alma afervora e lhe aquece os gelos dainsensibilidade. Era quadro para enlevo de tristes aquele!O ancião relançou a vista do céu e das árvores para a formosa cabeça do filhode Tomás. Estendeu o braço, acenando-lhe; a criança abeirou-se do catre, esobpôs a cabeça à mão do velho.— Mal te lembrarás de mim, quando fores homem!... — lhe disse omonge. — olha, filho, repara, vê-me bem, nunca me esqueças, não?— Não, senhor padrinho — respondeu o menino.— Deixai-me só — disse frei jacinto — e convidai o abade a que mesocorra com os sacramentos. São horas de entroixar para a grande viagem.Após a comunhão e a unção-extrema, o moribundo rezou alternadamentecom o sacerdote os salmos penitenciais. Os derradeiros versos a custo os

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!