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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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e não se acabam de desenganar! Deus traga depressa meu cunhado a ver se madeixam; que ela, a respeito de juízo, é até onde pode chegar! Quando algumfidalgote lhe diz praqui pracolá, a rapariga, moita! Vocês bem sabem que elanão vai a espadeladas nem festas de ninguém. Romarias é lá uma ano a ano. Oseu regalo é ir às festas de igreja do mosteiro. Isso vai a todas, e raro é o mêsque lá não se confessa...Estava mal informado o tio Joaquim da teresa, no artigo confissão. AngélicaFlorinda não exercitava tão louváveis espiritualidades. Às festas ia; mas, forada quaresma e jubileus, a rapariga parece que andava armazenando fazendapecaminosa que assoalhasse no confessionário.Angélica do picoto, imitante a qualquer donzela das que pisam tapetes e têmsegredos com a lua, sentia no íntimo peito uma tristeza alegre e uma alegriatriste, um bem de que padecia e um mal que a consolava, enfim, um mal que arecreava e um bem que a afligia: tudo isto cifra na saudade, como S. Bernardoa definiu, e depois do santo muitos à semelhança dele, salvante a santidade.A saudade de Angélica tinha sete anos de coração, enraizara-se, era dor semesperança de remédio.Quem no diria, vendo-a florir, nutrir, folgar honestamente? Pois violentava-sea jovem. A natureza aformosentava-a, de força e contra vontade dela; as coressalubérrimas eram dotes da juvenil matéria que não tinha satisfações que dar àalma; folgava-se com as suas amigas, cantando o S. João ou outras cantilenas

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