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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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Sobejamente o entendia ela. Três anos de convento, e prática familiar comsenhoras de bom trato e polido fraseado, eram sobra ilustração à rapariga paraperceber metade das palavras que não adivinhasse com o coração.Sinceramente respondeu ela que o compreendia; mas, por conta da demasiadaperspicácia que tinha adquirido na convivência da sua ama namoradiça e deoutras muito espertas em desfiar enredos amorosos e desleais, subentendeuela coisas e intenções que as palavras do alferes de lanceiros não sonegavam.Por feição que, à pergunta ingénua dele, respondeu a formosa de S. Pedro deAlvite:— Compreendo muito bem... O senhor Tomás esqueceu-se de mim por lá,e faço-lhe agora pena porque não pude esquecer-me. Antes queria achar-mecasada com o tio brasileiro, em vez de criada de servir sem outro remédiosenão sê-lo sempre, que não tenho legítima nenhuma de que me sustente. Masnão tenha pena; que eu ainda me não arrependi. Aqui, bem estou enquantome deixarem. Se puserem a gente na rua, irei com a minha ama para onde elafor. Um bocado de pão, bom é de ganhar, e é quanto faz míngua para viver...— Estás falando como ofendida, Angélica! — interrompeu Tomás deAquino, até certo ponto, diga-se o que é deplorável verdade, lisonjeado doagastamento da rapariga. — que querias que eu te dissesse? Que situaçãopensas tu que é a minha?

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