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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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Aproveitou o geral o bom aviso. Levantou a laje, profundou até encontrar aspadieiras convexas do aqueduto, rompeu-as e mandou explorar o trânsito. Oencanamento delongava-se por extensão de quatrocentos passos, e rematavanum pedregal emaranhado de silvedos e estevas, por onde o ar filtravaescassamente ao subterrâneo. O chavascal em que rematava o encanamento,de todo seco, pertencia ao mosteiro. O dom abade, contentíssimo dodescobrimento, calou-se com o segredo, receoso de que, de portas a dentro,algum frade suspeito de jacobinismo denunciasse aquela segura avenida derefúgio de vidas e riquezas. Ajudado pelo leigo e por mais alguns poucos dasua confiança, desobstruiu a saída pelo lado do bosque, e desentupiu algunsrespiráculos que recebiam o ar das minas paralelas nos almargens mais baixosda cerca.As preciosidades do mosteiro e outras ali depositadas pelos cautelososhabitantes de braga e fidalguia aldeã dos arredores, mandou o geral recatá-lasno aqueduto, fiando do donato e do prior o segredo.Os franceses não chegaram os seus rapacíssimos grifos a Tibães, em algumadas invasões. A guerra acabou; e os caixões de baixela e ornatos sagrados deouro e prata voltaram a enriquecer a pompa dos altares e os armários dosfidalgos minhotos. O alçapão do esconderijo nunca mais se levantou; e dosfrades de 1807 apenas existiam dois ou três em Tibães, e esses mesmosesquecidos ou ignorantes do aqueduto coevo do rei Teodomiro e de S.Martinho de Dume. Vivia, porém, ainda o leigo que insinuara ao geral a

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