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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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Dois dias depois, como a causa cabia a superior jurisdição, frei Tomás deAquino foi enviado a Tibães escoltado por doze milicianos.Vejamos, agora, os trâmites do processo. Tenho presente o auto de devassa eferimento grave com efusão de sangue entre os irmãos frades colegiais freiJoaquim do sepulcro e frei Tomás de S. Plácido. É lavrado o auto na cela dodom abade. O escrivão autoa o que o abade expõe. O estilo é como cá fora:começa o ano do nascimento, etc. Segue o auto de corpo de delito. Os peritosque examinam os ferimentos são quatro frades. Dizem que frei Joaquim dosepulcro "tem duas polegadas abaixo da primeira costela uns golpes deesfarpadela da carne por modo de buracos maiores que de verrumas, os quaisburacos lançam sangue que corre pelo pescoço, porém não varam até aocoração; estas feridas mostram ter sido feitas com ferro algum tanto agudo,pelo que delas se pode conjeturar", etc. Não se pode negar idoneidadecirúrgica aos frades, em vista dos termos facultativos com que eles redigiram oexame, aquelas esfarpadelas de carne por modo de buracos maiores queverrumas não são ferimentos muito vulgares nos hospitais; o sangue a correrdas costelas para o pescoço, também não é trivial: boa razão para que eu,numa coisa fútil como é a novela, dê que pensar e aprender à cirurgia militar.Ao auto sobrevém o depoimento das testemunhas. São vinte e três. Dizemtodas harmonicamente que frei Tomás de S. Plácido apunhalou o irmão freiJoaquim do sepulcro, no propósito de o matar. Nenhuma diz que o réu foiprimeiro espancado. Algumas acrescentam que o preso tem péssima índole e

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