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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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— Isso é verdade — disse o velho — , mas sempre se lembre de que avirgem santa, se é mãe dos filhos desamparados, não devemos crer que sejaamiga das mães que os desamparam.— Valha-me jesus cristo! — exclamou Angélica-, eu não o desamparei...Lá foi o santo frade que o levou, e agora vejo que deus o tem da sua mão,pondo-o na companhia de quem tão amigo era do senhor Tomás.— Pois sim, senhora Angélica — sobreveio brandamente João António-, omenino bem está; digo-lho eu, e basta. Cá me encarrego de o arranjar nacarreira que ele quiser. Dá-me a senhora licença de o governar, sim?— Deus é quem o governa... — insistiu ela, dando mais relevo à persuasãode que deus lhe tomara o filho, dispensando-a de ser mãe, e obrigando-a aosacrifício de o não ser, a fim de, purificada da peçonha que lhe deixara na almaa geração criminosa do filho, lhe serem recebidas as penitências e orações nascontas do último juízo, assim pelos seus pecados, como pelos gravíssimospecados do cúmplice.João António estava constrangido na grade. Angélica fazia certo enojo. Ocorpo, os olhos, a boca, tudo nela, a trejeitar de um modo típico de beataria,vaporava um certo fedor da santidade específica daquela espécie. Da aversãodo local e da beata, encheu-se primeiro o filho, começando por dizer a meiavoz ao velho:

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