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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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Dizia o tio Joaquim da teresa que a sua filha não casava com algum doslavradores que lha tinham pedido, porque um tio materno, estabelecido emPernambuco, a vira, quando veio à terra, tendo doze anos a rapariga, eprometera vir casar com a sobrinha, assim que ela perfizesse os dezanove.Este almejado tio, no dizer do cunhado, media o dinheiro aos alqueires, tinhatrês navios e duzentos pretos. Em prova do que, havia já mandado à sobrinhaum caixão de caju, pitanga e goiabada, gulosinas que os velhos apresigavamcom broa, pesarosos, ao que parecia, de não poderem apresigar também umpapagaio e um sagui, bichos que distraíam Angélica do trabalho.O casamento apalavrado era notório, e mesmo assim os casquilhos doconcelho e os lavradores solteiros não desistiam de enviar-se à esposaprometida do brasileiro.— Se ela não estivesse ajustada com o tio-dizia o pai — quem na levavaera o Barnabé da botica. Aquilo é que é modo de vida! Com um gigo de ervase seis garrafões de água da fonte arranja caroço daquela casta! Anda aí oescrivão das sisas atrás da rapariga: também não é mau modo de vida,escrivão; mas eu ladrões cá na minha família não nos admito. O mestre-escolaé bom sujeito e devo-lhe obrigações porque me ensinou a fazer bem ou maluns garatujos para não assinar de cruz; e ensinou a rapariga também; mastanto lhe faz saber ler como não: o pobre homem não tem tábua sua ondecaia, se não for na cadeia... Andam estes badamecos a rentarem-me à rapariga

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