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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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Corridas duas horas, foi o colegial intimado para ir ao refeitório, depois que acomunidade tivesse saído da mesa.Frei Tomás respondeu que muito deveras agradecia ao seu prelado o favor deo separar de semelhantes comensais. A injúria bateu na cara do convento emcheio. Todos os frades, à exceção de frei jacinto de deus, velhinho muitosolitário, pediam castigo exemplar. Ninguém, salvo aquele, perdoava a injúriapelo amor de deus. A fradaria remexia-se de cela para cela, resmoneando pelosdormitórios e agrupando-se no claustro e cerca, já incitando o prelado aprocessar o criminoso, já conjurando-se para o acusarem de remisso ao domabade-geral, residente no mosteiro de Tibães.O leigo frei João ainda chegou ao limiar da casa abacial no intento de ajoelharaos pés do prelado, exorando o perdão de frei Tomás de S. Plácido; masfaleceu-lhe o ânimo quando viu, à volta do abade, muitos dos maisvenerandos monges requerendo que se instaurasse processo ao colegialinjuriador dos cabelos brancos dos seus superiores e mestres. Quedou-se oleigo em pé, em frente da porta, com as mãos sobre o peito e as faces cobertasde lágrimas. reparou dele o abade, mandou-o entrar e bradou-lhe asperamente:— Olhe lá, frei João do socorro: quem entrar à cela de frei Tomás semlicença minha, é removido ou despedido desta casa.— Pois, nosso padre — disse o leigo inclinado profundamente — , licençavenho pedir a vossa reverendíssima para ir à cela do senhor frei Tomás.

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