40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro
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ALBERTO BERTELI<br />
<strong>40</strong> ANOS DE ACROBACIAS NO AR<br />
- Referência ao IPT-7 Junior<br />
OUTRA EXPERÊNCIA<br />
Agora com o IPT-7 Junior, avião <strong>de</strong> asa baixa <strong>de</strong> dois lugares, lado a lado, motor FRANKILIN <strong>de</strong> 65<br />
HP, Aeroporto <strong>de</strong> Congonhas.<br />
Tudo checado, <strong>de</strong>colo,, avião esquisito, parece-me que estou <strong>de</strong> ca<strong>no</strong>a em mar grosso, quase não<br />
consigo controlar as ondulações que o bicho fazia.<br />
Vou subindo, a 1500 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, reduzo o motor, aparece uma situação esquisita, o manche<br />
todo à frente e o nariz não vai para baixo. Ataco o motor, quase ele entra em rotação, tiro o motor,<br />
continua a mesma coisa, ataco <strong>no</strong>vamente, a situação piora. Abri a capota e pensei: “vou pular <strong>de</strong>sta<br />
coisa”.<br />
I<strong>no</strong>cência minha, estava fazendo aquela experiência em cima do Jardim América, afirmo a mão <strong>no</strong><br />
painel para tirar o corpo para a frente e ver se conseguia sair do avião. Embaixo era só casa, se eu pular<br />
aqui, o avião vai cair em cima das casas. No meu <strong>de</strong>slocamento para frente, o CG mudou também para a<br />
frente e o Junior abaixou o nariz e lá fui eu outra vez nas ondulações até o campo.<br />
Se o avião tivesse entrado em rotação por causa do torque ou por ouro fator qualquer, acho que não<br />
iria contar esta história a vocês.<br />
Provi<strong>de</strong>nciada a modificação total, mudança do CG bem a frente. Decolo <strong>de</strong> Congonhas rumo para<br />
o Jabaquara. A pista inteira <strong>de</strong>colei <strong>no</strong> fim <strong>de</strong>la. O avião estava quase em perda, nariz para baixo, fico<br />
<strong>de</strong>ntro da barroca e <strong>de</strong> um vale. Venho <strong>de</strong>scendo o vale paralelo ao campo, mas mais baixo do que a<br />
pista, estrada a frente, dou uma cabrada <strong>de</strong> leve, pulo os carros, a pista na frente e pouso, tendo feito o um<br />
tráfego inteiro mais baixo do que a própria pista.<br />
Foi necessária outra modificação, <strong>de</strong>sta vez, troca do motor para outro mais potente, mas o avião era<br />
uma porcaria e foi necessário abandoná-lo.<br />
Certa vez houve uma festa em Avaré. Cheguei atrasado, pousei o povo já ia saindo do campo. Saí<br />
fora do avião para fumar um cigarro. Aí alguém, ou seja, um dos organizadores da festa, disse-me:<br />
“<strong>de</strong>cola já senão o povo vai todo embora”. Entrei <strong>no</strong> BUCKER, amarrei o cinto, <strong>de</strong>ram a hélice, o motor<br />
pegou, o hangar era na cabeceira da pista e o motor estava quente. Não chequei nada, arranquei do chão,<br />
esperei <strong>no</strong> rasante a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 130 km/h. Virei <strong>no</strong> dorso, o motor pipocou, <strong>de</strong>svirei a asa quase pegou<br />
<strong>no</strong> chão e na frente não tinha mais o campo, dou uma checada rápida. Dentro, a seletora <strong>de</strong> gasolina<br />
estava fechada, empurrei-a para a frente, o Bucker ia bater na cerca, mas eu estava bombando a bomba<br />
manual e na última fração do stol o motor roncou firme e eu si rabiscando a cerca.<br />
Eu não tinha costume <strong>de</strong> fechar a seletora toda a vez em que parava, mas quando <strong>de</strong>sci para fumar<br />
um cigarro, um monte <strong>de</strong> curiosos mexeram <strong>no</strong> avião e naturalmente fecharam a seletora, eu não chequei<br />
na <strong>de</strong>colagem e quase paguei caro a minha burrice.