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40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro

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CAMPO BUTANTÃ - CIDADE UNIVERSITÁRIA<br />

Seis horas da manhã, nevoeiro fechado, não se enxerga um palmo diante do nariz. Preciso <strong>de</strong>colar,<br />

o avião e o STINSON Reliant AT-19. Tenho uma viagem <strong>de</strong> compromisso sério. Sei que o nevoeiro não<br />

abre quando é esse tipo, só abre <strong>de</strong>pois das 10 horas. Tenho certeza que se acha fechado só aqui, o resto<br />

do Brasil está todo aberto. Resolvo <strong>de</strong>colar, giro o motor, vou fazendo táxi para a cabeceira da pista.<br />

Está difícil até para taxiar, não se vê nada,acerto o avião na reta <strong>de</strong> <strong>de</strong>colagem pela bússola e pelos sinais<br />

dos pneus na pista. Checo os instrumentos, horizonte artificial e o turn & bank são acionados pela bomba<br />

<strong>de</strong> vácuo do motor, mas o giro direcional é acionado por um Venturi que se nega a embalar o instrumento<br />

com o avião parado. Procuro enxergar na frente do avião, aparecem rastros dos pneus <strong>de</strong> <strong>de</strong>z a quinze<br />

metros <strong>de</strong> distancia, mais do que isso não vejo. Penso em manter a reta <strong>de</strong> <strong>de</strong>colagem com os rastros dos<br />

pneus que apareciam na frente. Tudo checado, magnetos, passo mínimo na hélice, seletora <strong>de</strong> gasolina.<br />

Abro todo o acelerador e parto para a <strong>de</strong>colagem. Nos primeiros metros eu consigo ver à frente os<br />

rastros dos pneus, <strong>de</strong>pois a umida<strong>de</strong> do pára-brisa e alguns pingos <strong>de</strong> óleo que sempre tem, isto vira<br />

confusão e não vejo mais nada.<br />

Não podia mais cortar o motor, pois já tinha velocida<strong>de</strong>. Apelo para a <strong>de</strong>colagem, puxo o manche<br />

para a barriga, a bequilha bate <strong>no</strong> chão, mas percebo que o STINSON quer voar, agüento <strong>no</strong>s três pontos, os<br />

pneus aliviam, checo <strong>no</strong>vamente os instrumentos, estou trinta graus fora do eixo da pista, estou <strong>no</strong> ar<br />

meio equilibrado. Do lado da pista tem uma linha <strong>de</strong> alta tensão, não vejo mas sei que tem. O STINSON<br />

está me obe<strong>de</strong>cendo, procuro voltar ao rumo paralelo à pista e também à linha <strong>de</strong> alta tensão, estou agora<br />

com domínio do avião e dos instrumentos, com 100 pés <strong>de</strong> altura.<br />

Essa <strong>de</strong>colagem não parece difícil, <strong>no</strong> entanto é muito mais violenta do que a <strong>de</strong> virar <strong>no</strong> dorso.

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