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40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro

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A coisa pega fogo, DAC caça o mandato dos bichos porque ata da eleição não condiz com o edital.<br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte assume outra vez, mas não manda nada. O dig<strong>no</strong> presi<strong>de</strong>nte cassado continua dando<br />

or<strong>de</strong>ns, assim como mandou parar o vôo, tira a hélice <strong>de</strong> outro avião, tira o rabo não sei do que, assim<br />

continuou mais uns 30 ou <strong>40</strong> dias. No <strong>de</strong>correr dos dias meus amigos verda<strong>de</strong>iros, freqüentadores do<br />

aeroclube me apertam para eu ser candidato à presidência, coisa que eu não queria, mas não foi possível<br />

sair fora, foi a pior viagem, aceitei.<br />

Noite da eleição. Nunca houve uma eleição com tanta gente. O presi<strong>de</strong>nte da mesa põe em votação<br />

alguns <strong>no</strong>mes para sócios beneméritos, com o tradicional “<strong>de</strong> acordo” sentado, contra <strong>de</strong> pé. A sala era<br />

muito pequena, por educação os jovens <strong>de</strong>ram lugares para os velhos. Os jovens ficaram todos na rua<br />

sem saber o que se passava naquela sala. É preciso dizer que a diretoria <strong>de</strong>u anistia às dívidas velhas para<br />

que todos os velhos votassem. Eles fizeram uma campanha dizendo que o aeroclube não podia cair nas<br />

mãos <strong>de</strong> um forasteiro, que <strong>no</strong> caso era eu, <strong>de</strong> modo que aqueles velhos que estavam ali, a maior parte<br />

chegou carregado, outros <strong>de</strong> muletas, tinha até médico prevenido com oxigênio porque a coisa era<br />

perigosa. Era um verda<strong>de</strong>iro vexame, uma eleição <strong>de</strong> aeroclube on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria primar pelo espírito jovem<br />

e aquela velharada que estava ali para votar. A única coisa que eles sabiam era que Santos Dumont tinha<br />

inventado o avião, daí para cá não sabiam <strong>de</strong> mais nada, muito me<strong>no</strong>s do aeroclube e obe<strong>de</strong>cendo as<br />

or<strong>de</strong>ns do presi<strong>de</strong>nte da mesa para levantar se fossem contra, os velhos não tinham força nem para se<br />

erguerem. Os jovens estavam lá na rua e não escutavam o que estava acontecendo lá <strong>de</strong>ntro, nestas<br />

condições foi aprovado por unanimida<strong>de</strong> um senhor muito simpático do aeroclube como sócio<br />

benemérito. O tal senhor é muito bondoso, tirava as peças boas <strong>de</strong> seu avião para colocar <strong>no</strong> avião do<br />

colega que guardava <strong>no</strong> mesmo hangar, a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong>le não parava aí, sempre que há muitos vôos<br />

pa<strong>no</strong>râmicos, ele carrega todos com seu avião particular para não <strong>de</strong>sgastar os aviões do aeroclube, só que<br />

a parte interessante do negócio fica <strong>no</strong> bolso <strong>de</strong>le. Senhor mui dig<strong>no</strong> da benemerência que recebia <strong>no</strong><br />

momento por votação unânime <strong>de</strong> uma porção <strong>de</strong> tontos que <strong>de</strong>veriam ter ido acertar as contas lá com São<br />

Pedro ao invés <strong>de</strong> estar ditando os <strong>de</strong>sti<strong>no</strong>s do <strong>Aeroclube</strong> <strong>de</strong> Rio Claro. Depois <strong>de</strong> aceito esse cidadão<br />

como sócio benemérito do aeroclube só me resta afastar <strong>de</strong>ste aeroclube, porque eu também sou sócio<br />

benemérito há já muito tempo e não quero pertencer a esse quadro <strong>de</strong> sócios. No <strong>de</strong>correr dos a<strong>no</strong>s,<br />

alguém lendo a história do <strong>Aeroclube</strong> <strong>de</strong> Rio Claro é capaz <strong>de</strong> fazer a confusão <strong>de</strong> <strong>no</strong>mes, o melhor é u<br />

dar o fora a atirar por terra um sonho <strong>de</strong> muitos a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> fazer o <strong>Aeroclube</strong> <strong>de</strong> Rio Claro o maior do Brasil<br />

em acrobacia, conhecido do mundo todo, tudo por água abaixo, arrancar o couro dando duplo comando <strong>de</strong><br />

PT-19 <strong>de</strong> graça, fazer o possível e o impossível para o BUCKER voltar sempre inteirinho, fazer um amigo<br />

passar por um monte <strong>de</strong> vexames só para ele manter o avião aqui <strong>no</strong> aeroclube – o RYAN – avião<br />

tradicional acrobático, usar meu <strong>no</strong>me e da pessoa inimiga do mui dig<strong>no</strong> presi<strong>de</strong>nte para conseguir junto<br />

ao Gover<strong>no</strong> do Estado, doação <strong>de</strong> mais dois aviões acrobáticos, o tradicional IPT-0 Bichinho outro avião<br />

IPT-16 Surubim. Eu quero ver alguém provar isso ao contrário. Depois <strong>de</strong> tanta estupi<strong>de</strong>z, peço<br />

<strong>de</strong>sculpas a um montão <strong>de</strong> amigos que tenho em Rio Claro e retor<strong>no</strong> ao aeroclube <strong>de</strong> origem, isto é o<br />

<strong>Aeroclube</strong> <strong>de</strong> São Paulo, on<strong>de</strong> me fiz piloto privado, piloto instrutor e piloto comercial e também,<br />

modéstia à parte, um <strong>no</strong>me. Em seguida o <strong>Aeroclube</strong> do Brasil on<strong>de</strong> fiz curso <strong>de</strong> aperfeiçoamento <strong>de</strong><br />

instrutores com equipe <strong>de</strong> pilotos <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>s.<br />

A turma do <strong>Aeroclube</strong> <strong>de</strong> São Paulo me recebe <strong>de</strong> braços abertos pondo os dois BUCKER à minha<br />

disposição, mas têm dois problemas, o PP-TKF quebrado, o TFM interditado. Quebro os galhos e<br />

<strong>de</strong>sinterdito o PP-TFM, tenho compromissos com festas em Brasília. Dois dias em volta do BUCKER<br />

checando o máximo possível tudo, consi<strong>de</strong>rando-o bom, <strong>de</strong>colo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter conversado meio mundo<br />

para conseguir <strong>de</strong>colar sem rádio. Rumo Brasília, uma hora <strong>de</strong> vôo o motor dá espirros, o campo mais<br />

perto é Limeira. Aterro, verifiquei a pane, problemas com o filtro <strong>de</strong> gasolina. Limeira não tem recurso<br />

nenhum para meu caso, <strong>de</strong>colo outra vez e com muita má vonta<strong>de</strong> Rio Claro, aterro. Tirei a pane, já é<br />

muito tar<strong>de</strong>, per<strong>no</strong>itar para <strong>de</strong>colar amanhã cedo. Dia seguinte faço um cheque do total, tudo em or<strong>de</strong>m,<br />

<strong>de</strong>colo rumo Uberaba. Duas horas e meia <strong>de</strong> vôo, tudo jóia. Uberaba, umas cambalhotas para esse povo<br />

amigo que toda vez que eu chego aqui tem festa. A turma do aeroclube ro<strong>de</strong>ia o BUCKER, gasolina, óleo,<br />

não me <strong>de</strong>ixam pagar nada, um mata-fome, rumo Uberlândia. Antes <strong>de</strong> sair do tráfego mais umas<br />

cambalhotas e para frente. Mis uma hora <strong>de</strong> vôo <strong>de</strong> Uberaba à Uberlândia. A rodovia é um retão em<br />

baixo, tudo vai bem, o motor gira macio inspirando confiança, não há problema <strong>de</strong> navegação, a estrada<br />

está lá embaixo, me dando o rumo e servindo <strong>de</strong> apoio em caso <strong>de</strong> pane. Uma hora <strong>de</strong> vôo, Uberlândia.<br />

Estou alto, nariz para baixo, velocida<strong>de</strong>, vou dar um show em cima do campo antes <strong>de</strong> pousar. Uma<br />

seqüência e ma<strong>no</strong>bras terminando na reta final em vôo invertido, <strong>de</strong>sviro baixo e aterro, estacionamento.<br />

Uma porção <strong>de</strong> gente ro<strong>de</strong>ia, querem mais acrobacias, então resolvi per<strong>no</strong>itar ali e à tardinha dava um<br />

show para todos. No controle <strong>de</strong> vôo o sargento estava chiando porque eu tinha feito acrobacias sem<br />

or<strong>de</strong>m, disse eu para ele, “então dá or<strong>de</strong>m porque eu vou fazer outra vez”.

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