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40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro

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CONHECENDO O BRASIL<br />

Decolei <strong>de</strong> Rio Claro, <strong>de</strong>sti<strong>no</strong> Boa Vista – Roraima. Esta viagem seria para o BUCKER uma prova em<br />

e tratando <strong>de</strong> distância. O número <strong>de</strong> shows durante a viagem não ia nem ter conta, o tempo previsto para<br />

toda essa turnê era <strong>de</strong> mais ou me<strong>no</strong>s 100 horas <strong>de</strong> vôo.<br />

Na <strong>de</strong>colagem <strong>de</strong> Rio Claro, logo além do tráfego a 6 quilômetros, estou sobrevoando a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Santa Gertru<strong>de</strong>s, converso intimamente com o BUCKER: “quantas cida<strong>de</strong>s irão passar por baixo, <strong>de</strong>zenas,<br />

centenas ou talvez mais <strong>de</strong> mil. Vamos <strong>de</strong> cambalhotas em cima <strong>de</strong> quase todas”.<br />

Esta talvez seja a mais longa viagem feita em um BUCKER <strong>no</strong> mundo inteiro: “Coragem BUCKER, na<br />

sua parte, que na minha vou <strong>de</strong>sempenhar do melhor modo possível”.<br />

Vamos indo rumo 130° Rio <strong>de</strong> Janeiro. O tempo vai passando, Limeira na direita, Campinas lá<br />

longe na direita também, Mogi – Mirim na esquerda, Itatiba, Bragança. Atibaia passo <strong>no</strong> meio, Serra <strong>de</strong><br />

Igaratá, sempre com problemas <strong>de</strong> mau tempo. Desço para o rasante sobre a estrada, preciso transpor<br />

esse pedacinho <strong>de</strong> Serra, o Vale do Paraíba <strong>de</strong>ve estar com bom tempo. Subo a Serra, fazendo as curvas<br />

da estrada, pulando os caminhões. No último posto <strong>de</strong> gasolina da estrada, as placas <strong>de</strong> propaganda<br />

estavam enfiadas em um nevoeiro, era o ponto mais alto. Daí para frente, a Serra <strong>de</strong>sce rápido. Estou<br />

sobrevoando a represa <strong>de</strong> Igaratá, a visibilida<strong>de</strong> melhorou bastante, já distingo o vale lá na frente. Acerto<br />

o rumo 90° para seguir <strong>de</strong>ntro do Vale do Paraíba e passar fora do tráfego <strong>de</strong> São José. Uma hora e meia<br />

<strong>de</strong> vôo, a visibilida<strong>de</strong> é boa, prossigo pelo vale, Caçapava, Taubaté, Guará, Lorena. Acerto o rumo para<br />

passar bem em cima da casa do meu amigo Chaim. Umas rajadas <strong>de</strong> motor para cumprimentá-lo. Rumo<br />

agora um pouco mais para a direita, 100°, duas horas e tanto lá se vão <strong>de</strong> vôo. A visibilida<strong>de</strong> é boa só <strong>no</strong><br />

vale, a Serra dos dois lados está fechada, não dá para ir direto ao Rio <strong>de</strong> Janeiro. Vou aterrar em Volta<br />

Redonda para reabastecer. Cachoeira, Cruzeiro, o terre<strong>no</strong> sobe, as nuvens estão baixas, preciso per<strong>de</strong>r um<br />

pouco <strong>de</strong> altura para me livrar <strong>de</strong>las. Morros, linhas e torres <strong>de</strong> alta tensão para todos os lados e pela<br />

frente. Esse pedaço até Resen<strong>de</strong> sei que vai ser ruim. Estou <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo rasante sobre a estrada Dutra, um<br />

aci<strong>de</strong>nte na estrada o trânsito está todo parado, me interesso para ver o que há, mas não consigo, a<br />

visibilida<strong>de</strong> é muito ruim e eu estou muito baixo, o povo todo ali parado olha para cima, tudo fica para<br />

trás, um valezinho <strong>no</strong> meio dos morros para a direita, largo a estrada e <strong>de</strong>sço pelo dito vale, a visibilida<strong>de</strong><br />

melhora, preciso me orientar agora pela bússola que parece louca, está girando sem parar. O terre<strong>no</strong><br />

abaixa, acompanho a ondulação do mesmo, a Dutra aparece outra vez, lá longe à minha esquerda, volto<br />

para cima da estrada. A bússola não apara <strong>de</strong> girar, tenho que me apoiar na estrada. A visibilida<strong>de</strong><br />

melhora e a Represa do Funil aparece na frente. Resen<strong>de</strong> está perto, consulto o relógio, três horas <strong>de</strong> vôo.<br />

Avisto Resen<strong>de</strong>. O tempo está melhor, mas a Serra do Mar está fechada. Tenho que aterrar em Volta<br />

Redonda, não vou tentar <strong>no</strong> cisca e nem <strong>no</strong> topo para o Rio <strong>de</strong> Janeiro, com uma hora só <strong>de</strong> auto<strong>no</strong>mia <strong>no</strong><br />

tanque.<br />

Três horas e vinte minutos <strong>de</strong> vôo, avisto aquela característica poluição colorida <strong>de</strong> Volta Redonda,<br />

entro alto sobre o campo, é preciso dar umas cambalhotas e fazer a aproximação em vôo invertido, pois<br />

este é o meu “Cartão <strong>de</strong> Visita”. Penso comigo mesmo: “Quantas vezes irei fazer esse tipo <strong>de</strong> chegada<br />

durante essa viagem ?”<br />

Aterro sem <strong>no</strong>vida<strong>de</strong>s, reabasteço o BUCKER, não tenho pressa, um bate papo com os manicacas:<br />

perguntam qual o meu <strong>de</strong>sti<strong>no</strong>, respondo Belém, ninguém acreditou, sempre tive fama <strong>de</strong> louco, acho eu,<br />

que dizendo que ia para Belém eles pensam “enlouqueceu <strong>de</strong> tudo”, mas <strong>de</strong> louco eu não tenho nada e<br />

assim <strong>de</strong>colo rumo ao Rio <strong>de</strong> Janeiro, mais umas cambalhotas e lá vou eu.

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