40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro
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Mais 280 km, mais duas horas rumo <strong>Ar</strong>acajú. O BUCKER está jóia, o motor redondinho, o litoral<br />
agora é <strong>de</strong>finido, praias e mais praias. Qualquer coisa estou vendo <strong>de</strong>ntro do mar perto da praia. Parecia<br />
uma rocha <strong>de</strong> pedra, olho melhor, não é pedra. É o casco <strong>de</strong> um navio. Circulo sobre a coisa, era mesmo<br />
um navio já todo corroído pelos a<strong>no</strong>s. Satisfeita a curiosida<strong>de</strong> sigo em frente, <strong>Ar</strong>acajú era o objetivo.<br />
Lugarejo, Subauma, Palame, um rio gran<strong>de</strong>, uma baia, na esquerda da baia, Con<strong>de</strong>. Meta<strong>de</strong> da viagem<br />
mais um rio, mais uma baia, lá longe na esquerda uma cida<strong>de</strong>, Estância, mais uma baia e outra cida<strong>de</strong>,<br />
São Cristovão, já vejo <strong>Ar</strong>acajú à frente. Duas horas <strong>de</strong> vôo e já me encontro <strong>no</strong> tráfego do Aeroporto <strong>de</strong><br />
<strong>Ar</strong>acajú. Para não fugir à regra, faço pelo me<strong>no</strong>s a reta final em vôo invertido, pouso e taxio para o<br />
reabastecimento. Longe do DAC, <strong>de</strong>ixo o avião abastecendo e me encaminho para o DAC <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vinha<br />
e por quantos aeroportos já havia passado, <strong>de</strong>i-lhes todos os dados, exame médico, vistoria. O DAC ali<br />
era aquele tipo que todo mundo é mentiroso e não acreditou. Já vi tudo, pensei com meus botões. É<br />
daquele tipinho encardido. O jeito é ir buscar os documentos <strong>no</strong> avião, mostrar para ele quem fez o avião,<br />
porque voa, <strong>de</strong> quem era, <strong>de</strong> que e por que, que faz tomada em vôo invertido, como foi que <strong>de</strong>colou <strong>de</strong><br />
Salvador sem pla<strong>no</strong>, aquela bobageira toda. Procuro me livrar <strong>de</strong>le o mais <strong>de</strong>pressa possível. Eu queria<br />
tomar um café e comer logo, mas preferi <strong>de</strong>colar o mais rápido possível e fazer um lanche lá em Maceió,<br />
200 km mais para o <strong>no</strong>rte. Talvez lá eu encontre um ambiente propício para fazer um lanche. Decolo<br />
com vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar caso. Viro <strong>no</strong> dorso logo na <strong>de</strong>colagem, <strong>de</strong>sviro, ganho um pouco <strong>de</strong> altura, me<br />
ajeito para me colocar bem <strong>de</strong> frente à estação <strong>de</strong> embarque do aeroporto on<strong>de</strong> se achava o DAC, dou um<br />
rasante <strong>de</strong> dorso caprichado na cabeça <strong>de</strong>le e fui embora para Maceió. <strong>40</strong> minutos <strong>de</strong> vôo após <strong>Ar</strong>acajú.<br />
Um gran<strong>de</strong> rio na frente, o famoso São Francisco. Nas duas margens, cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brejo Gran<strong>de</strong> e<br />
Piaçabuçu. Lá na esquerda Penedo. O calor é forte, sinto o rosto meio adormecido <strong>de</strong> tanto tomar vento,<br />
chuva e sol, não faz mal, isso tudo está nas minhas previsões. Procuro ganhar altura para não castigar o<br />
motor com a maresia. O vento é <strong>de</strong> cauda e é forte, a resultante <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> é gran<strong>de</strong>, mil metros <strong>de</strong><br />
altura. Estou na base dos cúmulos. Procuro me manter <strong>de</strong>baixo das nuvens, mesmo fazendo pequenas<br />
curvas par um lado e para outro. Assim aproveito as correntes ascen<strong>de</strong>ntes, eco<strong>no</strong>mizo gasolina e me<br />
protejo do sol. Uma hora e quarenta minutos <strong>de</strong> vôo após <strong>Ar</strong>acajú, Maceió na frente. Mais alguns<br />
minutos estou sobre o aeroporto. Dou umas viradas, reta final <strong>no</strong> dorso, <strong>de</strong>sviro, pouso, taxi,<br />
estacionamento, DAC bacana, os sargentos da FAB i<strong>de</strong>m, parecem pessoas que já me conheciam. Está<br />
bem melhor aqui do que em <strong>Ar</strong>acajú. Enquanto reabastece o BUCKER, vou até o restaurante do aeroporto<br />
fazer um lanche, não tenho pressa, ainda é cedo. Pretendo per<strong>no</strong>itar em Recife, mais 200 km para o <strong>no</strong>rte.<br />
Após um gostoso bate papo com aqueles amigos <strong>de</strong>colo, a pedido <strong>de</strong>les faço umas cambalhotas e rumo<br />
para Recife. Procuro ganhar altura logo, porque está muito quente. O BUCKER continua cada vez melhor,<br />
motor está jóia, gastando um litro <strong>de</strong> óleo cada seis horas <strong>de</strong> vôo pelos meus cálculos e vinte litros <strong>de</strong><br />
gasolina, tudo está jóia.