16.04.2013 Views

40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro

40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro

40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

CESSNINHA - 1948<br />

De Limeira para Pariquera-Açú, com peças <strong>de</strong> máquina <strong>de</strong> beneficiar arroz, rumo 210°. Sobre<br />

Sorocaba via-se na frente a Serra fechada, eram 5 horas da tar<strong>de</strong>, as peças tinham urgência em chegar, a<br />

máquina <strong>de</strong> arroz estava parada, PR isso o do<strong>no</strong> da mesma tinha fretado o avião.<br />

Em cima da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pieda<strong>de</strong> o tempo fechou, fui para o topo, 1.500 metros, acertei o relógio,<br />

tinha que fazer 20 minutos <strong>no</strong> topo para transpor a Serra e furar em Pariquera-Açú, o topo era liso, sinal<br />

<strong>de</strong> que não tinha furo em lugar nenhum do lado sul, eu voava em cima da camada, mas tinha outra<br />

camada por cima bem alta, que encobria todo o céu, 20 minutos pelos meus cálculos.<br />

Pariquera tem morro por todos os lados, acio<strong>no</strong> o comando do ar quente do carburador, reduzo a<br />

manete e começo a pensar que po<strong>de</strong>ria estar errado, ter <strong>de</strong>rivado para a direita e encostado na Serra do<br />

Ca<strong>de</strong>ado, que fica bem próximo. Não se via nada, resolvi tirar da espiral e voar <strong>no</strong> rumo 150°, porque se<br />

eu estivesse em cima <strong>de</strong> Pariquera era o rumo que me livraria dos morros. Com o avião girando, esperei<br />

na bússola o rumo 150°, a bússola não girava. Mu<strong>de</strong>i o lado da curva para a direita, pau à direita, cola <strong>no</strong><br />

centro, a bússola continuava sem girar, marcava sempre com o limbo meio torto 270°, eu não tinha muito<br />

tempo a per<strong>de</strong>r, o dia estava acabando. <strong>Ar</strong>remessei o motor, tirei o ar quente, <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo para o topo, sem<br />

saber para que lado ia, a bússola persistia <strong>no</strong> rumo 270°. Saí <strong>no</strong> topo <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo a 1.500 metros, giro para a<br />

esquerda, para a direita e nada, o eixo da bússola tinha quebrado, não via o fim do topo <strong>de</strong> lado nenhum e<br />

precisava saber qual o lado da terra. Tinha um restinho <strong>de</strong> dia ainda, eu estava entre duas camadas, a <strong>de</strong><br />

cima era muito alta e encobria todo o céu. Fiz 360° observando o horizonte e pensei que o lado mais<br />

claro <strong>de</strong>veria ser o poente. Se eu <strong>de</strong>ixasse o poente à esquerda a minha frente seria o <strong>no</strong>rte. Fui indo para<br />

a terra, voei 30 minutos nesse esquema quando começaram a aparecer buracos na camada. Já estava mio<br />

escuro, pelos buracos não consegui me localizar, mas já estava bom, pelo me<strong>no</strong>s não tinha entrado para o<br />

mar. As nuvens <strong>de</strong>sapareceram, o lugar que eu sobrevoava era mato. Era quase <strong>no</strong>ite e eu percebi uma<br />

elevação isolada, me aproximei e circulei o local. Reconheci, era a Torre <strong>de</strong> Pedra, Itapetininga <strong>de</strong>via<br />

estar por perto. Fiz 360° observando o horizonte, vi o contor<strong>no</strong> da Serra <strong>de</strong> Botucatu. Se a Serra ficasse<br />

às minhas costas, iria para Itapetininga. Segui em frente com a Serra às costas por 10 minutos, quando<br />

apareceu uma cida<strong>de</strong> iluminada. Só podia ser Itapetininga. Antes <strong>de</strong> chegar na cida<strong>de</strong>, já tinha visto o<br />

campo que eu conhecia muito bem, aterrei sem <strong>no</strong>vida<strong>de</strong>.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!