40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro
40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro
40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
CASMUNIZ 5-2<br />
História da Construção Aeronáutica <strong>no</strong> Brasil<br />
Roberto Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />
Antônio Ermete Piochi<br />
Novos Mo<strong>no</strong>motores<br />
e Bimotores<br />
Capitulo 14<br />
Foi em fins <strong>de</strong> 1951 que o eng. Willibald Weber – “Willi” Weber para os amigos – começou a<br />
<strong>de</strong>senhar seu bimotor. “Willi ” nasceu na Áustria , na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Wiener Neustadt, em 1925 e tirou o brevê<br />
<strong>de</strong> piloto <strong>de</strong> planador em 19<strong>40</strong>. Naquele mesmo a<strong>no</strong> empregou-se na fábrica <strong>de</strong> aviões que a indústria<br />
alemã MESSERSCHMITT tinha construído em sua cida<strong>de</strong> natal.<br />
Trabalhou ali até 1944. Em 1949 veio para o Brasil, empregando-se na firma CASSIO MUNIZ, <strong>de</strong> São<br />
Paulo, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1948 representava e fazia a manutenção dos aviões CESSNA <strong>no</strong> Brasil.<br />
E foi na CASSIO MUNIZ que Willi Weber <strong>de</strong>cidiu construir um avião bimotor executivo. Para<br />
<strong>de</strong>senhá-lo ele se baseou na estrutura simples e funcional dos peque<strong>no</strong>s bimotores checos “AERO 45”. A<br />
CASIO MUNIZ havia vendido alguns aparelhos daquele tipo <strong>no</strong> Brasil e, <strong>de</strong> tempos em tempos, chegava um<br />
<strong>de</strong>les para manutenção.<br />
Trabalhando nas horas <strong>de</strong> folga Weber <strong>de</strong>senhou seu bimotor todo metálico. Foi igualmente<br />
Weber quem batizou o aparelho: CASMUNIZ pela abreviatura da empresa e “5” pela capacida<strong>de</strong> – cinco<br />
pessoas – enquanto o “2” indicava o número <strong>de</strong> motores.<br />
Da Teoria à Prática<br />
Inicialmente ele pensou utilizar motores <strong>de</strong> 148 HP, mas sua escolha final recaiu sobre os<br />
CONTINENTAL E-185-11, <strong>de</strong> seis cilindros, que pesavam 225 Kg e <strong>de</strong>senvolviam 195 HP.<br />
Em 1952 a diretoria da empresa aprovou a construção do aparelho na sua oficina on<strong>de</strong> era feita a<br />
manutenção dos aviões CESSNA.<br />
O CASMUNIZ 5-2 foi equipado com trem <strong>de</strong> aterrissagem checoslovaco e hélices metálicas <strong>no</strong>rteamericanas.<br />
Em fins <strong>de</strong> 1952 ele já estava quase pronto, tendo absorvido o trabalho <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 15 pessoas, entre<br />
chapeadores, soldadores, mecânicos, eletricistas, torneiros e arrebitadores da equipe da CASSIO MUNIZ.<br />
Também nessa época o projeto foi submetido ao CTA, que enviou o engenheiro Otávio Ricardo para<br />
orientar os testes <strong>de</strong> resistência estrutural que comprovaram a qualida<strong>de</strong> da aeronave.<br />
O Vôo inaugural foi na Base Aérea <strong>de</strong> Cumbica, em São Paulo, sob o comando do piloto Caeta<strong>no</strong><br />
Bilotti, da CÁSSIO MUNIZ.<br />
Bilotti tinha então 30 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e mais <strong>de</strong> 5.000 horas <strong>de</strong> vôo. Mas apenas 200 horas em<br />
bimotores. Entretanto, o vôo inaugural foi um sucesso completo. As únicas <strong>de</strong>ficiências observadas<br />
foram a resposta lenta dos profundores e a pouca eficiência dos freios.