40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro
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CADERNO DA BANDINHA - FESTA AO NÍVEL DO MAR<br />
Aqui o BUCKER fica bom, o motor <strong>de</strong>senvolve toda a potência, a hélice i<strong>de</strong>m. As asas tem um<br />
coeficiente <strong>de</strong> sustentação muito maior. Com esses requisitos todos a meu favor posso explorar ao<br />
máximo o rasante em vôo invertido.<br />
A festa já tinha começado a muito tempo, aviões militares, pára-quedismo, aeromo<strong>de</strong>lismo, etc.<br />
Meu vôo, o encerramento. Estou na cabeceira da pista aguardando o sinal da torre, a mesma espera que o<br />
F-5, que está voando, libere a área. Estou fazendo meus pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> como vai ser o meu show. Desligado<br />
completamente do mundo que me cerca, percebo um barulho terrível sobre minha cabeça, parecia uma<br />
trovoada. As asas do BUCKER tremeram, o estaiamento vibrou numa ressonância total. Passado o susto,<br />
vi o F-5 subindo com a super potência totalmente aberta. Depois <strong>de</strong>duzi que o piloto do F-5 tinha<br />
caprichado para dar um rasante bem em cima <strong>de</strong> mim. A torre dá o sinal ver<strong>de</strong>, a área está livre. Ajeito o<br />
BUCKER para a <strong>de</strong>colagem, tudo checado. A torre continua com luz ver<strong>de</strong>, confirmando que o céu é meu.<br />
Empurro a manete, o motor <strong>de</strong>monstra uma disposição e<strong>no</strong>rme, está valente. Meu ânimo sobe, o bom<br />
senso entra junto, cuidado, o BUCKER está embalado, vou virar <strong>de</strong> dorso assim que atingir a velocida<strong>de</strong>, o<br />
mais baixo possível. Preciso <strong>de</strong> 1<strong>40</strong> quilômetros para ter um pouco <strong>de</strong> segurança, apesar <strong>de</strong> estar <strong>no</strong> nível<br />
do mar. Esse tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>colagem, que parece sempre muito arriscada, não o é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que todos os<br />
comandos sejam aplicados <strong>no</strong> momento super exato, principalmente o comando <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, que<br />
<strong>de</strong>ve ser aplicado <strong>de</strong> modo que apareça a carga <strong>de</strong> 3Gs, mas numa amplitu<strong>de</strong> pequena para cima. Caso<br />
contrário o avião sobe muito e a ma<strong>no</strong>bra fica feia. O avião precisa ser catapultado para cima e com os<br />
ailerons aplicados, o avião vai girando. A 90° o avião não tem meios para sustentação, portanto precisa<br />
daquela “estilingada” para cima, para quando as asas estiverem a 90° ficar <strong>no</strong> ar como se fosse uma coisa<br />
qualquer levada para cima. A carga <strong>de</strong> G <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>saparecer quando o avião está girando, diminuindo<br />
assim um pouco a ação do profundor, pois sem o G o avião gira mito mais fácil. No caso do BUCKER, em<br />
que o avião vôo <strong>no</strong> dorso, esta “estilingada” para cima <strong>de</strong>ve durar o tempo necessário para que o avião<br />
chegue até o vôo invertido, <strong>de</strong>pois será aplicado outra vez em carga negativa, empurrando-se o manche<br />
para a frente. Estas ma<strong>no</strong>bras não se encontram <strong>no</strong>s manuais <strong>de</strong> acrobacias. Este tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>colagem é<br />
muito mais seguro do que o que eu vou contar.