40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro
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ADEUS A RIO CLARO<br />
Fim <strong>de</strong> mandato <strong>de</strong> um presi<strong>de</strong>nte, eleito outro que se diga <strong>de</strong> passagem, candidato esse escolhido<br />
por mim, que sempre vi na pessoa <strong>de</strong>le trabalho e honestida<strong>de</strong>, mas na parte social o “bicho é grosso”, e<br />
nessa parte ele capricha. A primeira pessoa atingida por sua grossura fui eu mesmo, cometi um gran<strong>de</strong><br />
crime <strong>de</strong>ntro do aeroclube, crime este <strong>de</strong> ter voado com uma pessoa que tinha feito alguma coisa pelo<br />
aeroclube e ter ganho como pagamento algumas horas <strong>de</strong> vôo da antiga diretoria, que não tinha dinheiro<br />
para saldar a dívida com essa pessoa, umas pequenas coisas que a pessoa fez para o aeroclube, assim<br />
como: representar o aeroclube num congresso, representar o aeroclube em reuniões <strong>de</strong> alta cúpula <strong>no</strong><br />
DAC, emprestar seu escritório por vários a<strong>no</strong>s com máquina <strong>de</strong> Xerox e tudo mais para as coisas do<br />
aeroclube. Conseguir junto ao Gover<strong>no</strong> do Estado a doação <strong>de</strong> 2 (dois) aviões. Ter trabalhado vários<br />
a<strong>no</strong>s com sua profissão sem pagamento <strong>de</strong> espécie alguma, meu crime <strong>no</strong> enten<strong>de</strong>r do ilustre presi<strong>de</strong>nte<br />
foi ter aproveitado as horas <strong>de</strong> vôo em duplo comando para saber se o candidato teria jeito para a coisa.<br />
Naturalmente não tinha o candidato ao exame <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a condição seria, se gostar e ter jeito, vai fazer o<br />
exame <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, esta pessoa voava comigo e eu tinha o exame médico em dia e sou instrutor, mas por<br />
tudo fui chamado às falas com os mui dig<strong>no</strong>s diretores, que <strong>de</strong> ora em diante eu teria que andar direito <strong>no</strong><br />
aeroclube, confesso que na hora eu não entendi nada, pus a minha cabeça a trabalhar <strong>de</strong>pressa, ou eu<br />
estou <strong>no</strong> meio <strong>de</strong> meia dúzia <strong>de</strong> bichos com roupa <strong>de</strong> homem, ou não sei se são quadrados, ou quadrado<br />
seria até um elogio para eles.<br />
Vinte e cinco ou trinta a<strong>no</strong>s fazendo acrobacias por esse Brasil <strong>de</strong> ponta a ponta levando o <strong>no</strong>me <strong>de</strong><br />
Rio Claro, sem trazer uma <strong>no</strong>ta <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa comigo ou com o avião, quantas vezes os funcionários do<br />
aeroclube aguardavam a minha chegada das festas porque eu trazia dinheiro para o pagamento <strong>de</strong>les,<br />
dinheiro esse que vinha limpinho, que eu ganhava nas festas por aí, e a “parte do leão” pertencia ao<br />
aeroclube. Isto fiz durante meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> minha vida, programas <strong>de</strong> televisão, cinema, rádio, jornais, revistas<br />
e cem todos os lugares do mundo que se fala em acrobacia sempre aparece o <strong>no</strong>me – Rio Claro. Isto para<br />
os muitos dig<strong>no</strong>s diretores do <strong>Aeroclube</strong> <strong>de</strong> Rio Claro não tinha importância nenhuma, quando eu dava<br />
duplo comando aos ditos cujos diretores eu era instrutor e sempre houve uma taxa a mais <strong>no</strong> preço da<br />
hora <strong>de</strong> vôo para o duplo comando que eu dava, mas eu nunca recebi um único tostão, mas quando eu<br />
passei a dar duplo comando à pessoa linhas atrás mencionada, que o ilustre presi<strong>de</strong>nte era inimigo pessoal<br />
e trouxe para <strong>de</strong>ntro do aeroclube o seu caso pessoal, então eu já não era instrutor, condição esta que eu<br />
perdi não sei como, talvez seja porque o ilustre presi<strong>de</strong>nte teria feito um exame para guarda rodoviário e<br />
se julgou com o direito <strong>de</strong> me caçar a carteira.<br />
Senhores diretores do <strong>Aeroclube</strong> <strong>de</strong> Rio Claro, aquelas festas que fui intimado por telefone para ser<br />
organizada em Rio Claro para entrega <strong>de</strong> um T-6 a um gran<strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r da aviação acrobata do Brasil, quando<br />
eu incontinente ao telefonema procurei os mui dig<strong>no</strong>s diretores para saber como ia fazer a festa e disse<br />
aos mesmos que a or<strong>de</strong>m era taxativa, <strong>de</strong>veria ser em Rio Claro, senhores diretores, vocês ficaram com as<br />
vaida<strong>de</strong>s estremecidas porque o telefonema veio para mim, você falaram cobras e lagartos, mas os dias<br />
foram passando e a festa chegou, e que se diga <strong>de</strong> passagem, a melhor e mais bonita festa <strong>de</strong> aviação que<br />
houve em Rio Claro, apesar da má vonta<strong>de</strong> da diretoria, em que se negar a dar o mínimo <strong>de</strong> apoio, uma<br />
centena <strong>de</strong> pessoas que vieram prestigiar o gran<strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r, uma porção <strong>de</strong> aviões e os senhores se negaram<br />
até a ven<strong>de</strong>r gasolina, tantos visitantes em condução, sem almoço, que eu tive que provi<strong>de</strong>nciar às minhas<br />
expensas inclusive a gasolina fornecida e que vocês cobraram com lucros para o aeroclube.<br />
Senhor presi<strong>de</strong>nte, aquela gente que veio para a festa em Rio Claro, veio para prestigiar um lí<strong>de</strong>r<br />
inconteste. Tinha muita gente boa que não conseguiu enten<strong>de</strong>r a tanta falta respeito por parte da diretoria.