40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro
40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro
40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Outro avião – Outra experiência.<br />
OUTRO AVIÃO<br />
Saiu da revisão total, <strong>de</strong>colo, a pressão do óleo cai para zero. Estou com a pista pelas costas,<br />
preciso <strong>de</strong> um motor para me colocar <strong>de</strong> frente a pista, o motor começa a bater, corto na mistura, o motor<br />
para, passei alguns centímetros mais alto que a cerca da cabeceira da pista e pouso meio <strong>de</strong>spencado.<br />
Verificamos a pane, tinha escapado o relife regulador <strong>de</strong> pressão do óleo, não tinha sido frenado.<br />
Tiramos a pane, <strong>de</strong>colo <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo, estou voando sobre o campo, procuro acertar a potência do motor, mas o<br />
mesmo continua com a máxima potência, mesmo com a manete reduzida, empurro a manete para frente e<br />
para trás, não adianta nada, mexo em tudo o que é possível, o motor reduz a potência total com a manete<br />
toda atacada para frente. Lá venho <strong>no</strong>vamente <strong>de</strong>spencado para pista, agora mais fácil porque tenho<br />
altura. No chão verificamos outra pane, tinha escapado a vareta do acelerador, não tinha sido frenada<br />
também. Para terminar o di, a tar<strong>de</strong> estava convidativa, o vento calmo, propício para o vôo <strong>de</strong> acrobacia.<br />
Colocamos o BUCKER na pista e lá vou eu, com uma porção <strong>de</strong> acrobacias baixas, uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
rasantes em vôo invertido e pus já meio cansado, guardamos o avião <strong>no</strong> hangar. Saí <strong>de</strong> carro pela estrada,<br />
lá na frente um guarda me manda parar, parei. Pe<strong>de</strong> os documentos, excesso <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, estava a mais<br />
<strong>de</strong> oitenta. O guarda não era o tio <strong>de</strong> guarda rodoviário prepotente, do<strong>no</strong> absoluto da razão, ele per<strong>de</strong>u<br />
um monte <strong>de</strong> tempo a me dar conselho sobre o perigo que estava correndo, andando a mais <strong>de</strong> oitenta.<br />
Ele falava e eu olhava para a cara <strong>de</strong>le, não me multou, <strong>de</strong>sejou boa viagem e fui embora,. Tenho certeza<br />
que aquele guarda pensa que me doutri<strong>no</strong>u, daí a poucos minutos eu estava correndo a 1<strong>40</strong> e 150 km/h, na<br />
minha mente aparecia a fotografia do guarda falando toda aquela baboseira. Confesso que não tenho<br />
<strong>no</strong>ção <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um automóvel, se está correndo a 80 ou 160, para mim é a mesma coisa,<br />
sentado confortavelmente com aquele campo total <strong>de</strong> visão, estou acostumado ou viciado a voara rasante<br />
<strong>de</strong> dorso on<strong>de</strong> a velocida<strong>de</strong> está sempre acima <strong>de</strong> 180 km/h, a visibilida<strong>de</strong> para frente é horrível, o<br />
<strong>de</strong>sconforto é total, pendurado nuns cintos cortando a carne do corpo e sempre uma <strong>de</strong>sconfiança <strong>de</strong> que o<br />
cinto solte, naquela posição a respiração é difícil, os comandos estão invertidos, a <strong>no</strong>ção <strong>de</strong> altura não é<br />
muito precisa porque olho o chão num ângulo muito perto, a terra parece um esmerilho que vem <strong>de</strong><br />
encontro à cabeça, uma atenção absoluta com a reação dos comandos que estão nas mãos e <strong>no</strong>s pés, uma<br />
sintonia do ouvido com o motor para não ser pego <strong>de</strong> surpresa nesta situação é gran<strong>de</strong> porque sempre<br />
nestas condições se está exigindo o máximo do motor, e faz tanto tempo que está exigindo isto <strong>de</strong>le, nesta<br />
situação se houver pane não se po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r tempo nenhum porque o avião per<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. Nesta<br />
condição pousar em vôo invertido não <strong>de</strong>ve ser nada engraçado.