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40 Anos de Acrobacia no Ar - Aeroclube de Bebedouro

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O motor que viria <strong>de</strong> São Paulo era do outro BUCKER, o PP-TFK estava parado com pane <strong>no</strong> trem<br />

<strong>de</strong> pouso, 3 dias <strong>de</strong> espera, à tar<strong>de</strong> chega a Kombi do <strong>Aeroclube</strong> <strong>de</strong> São Paulo com o motor 2 mecânicos,<br />

Messias e Teixeira, duas horas <strong>de</strong> serviço, o BUCKER já estava funcionando, pronto para <strong>de</strong>colar, tudo<br />

checado, a polícia segura o trânsito da rodovia, <strong>de</strong>colo logo a seguir. Já era tar<strong>de</strong>, alguns minutos para o<br />

por do sol, rumo Luziânia que estava a <strong>40</strong> quilômetros, 20 minutos <strong>de</strong> vôo. Luziânia, aterro sem<br />

<strong>no</strong>vida<strong>de</strong>, tudo bom, per<strong>no</strong>ite <strong>no</strong> campo para <strong>de</strong>colar <strong>no</strong> dia seguinte logo cedo. Dia seguinte um cheque<br />

geral em tudo, gasolina e óleo, <strong>de</strong>colo rumo Catalão, agora absolutamente em cima da rodovia, que faz<br />

uma curva gran<strong>de</strong>, mas não tem importância, voar <strong>de</strong>z ou quinze minutos a mais, quero estar apoiado, não<br />

tenho confiança neste motor. Duas horas <strong>de</strong> vôo, Catalão, tudo vai bem, sigo em frente, mais alguns<br />

minutos <strong>Ar</strong>aguari, continua tudo para frente Uberlândia, estou <strong>no</strong> nível 70 não há <strong>no</strong>vida<strong>de</strong>, só que o<br />

marcador <strong>de</strong> gasolina começa a <strong>de</strong>saparecer, mas ainda tenho gasolina para mais uma hora, direto para<br />

Uberaba. Três horas e meia <strong>de</strong> vôo, a parte do corpo que agente usa para sentar já está quadrada e cheia<br />

<strong>de</strong> vergões da correia do pára-quedas. Uberaba aparece na frente, nariz para baixo, sinto que o BUCKER<br />

está leve, não há mais gasolina, vou dar um pau na chegada. Em cima da pista um monte <strong>de</strong> cambalhotas,<br />

reta final em vôo invertido, <strong>de</strong>sviro baixo para pousar, bastante gente <strong>no</strong> campo, era hora do almoço, a<br />

turma do aeroclube me leva para acida<strong>de</strong> para almoçar, um banquete, voltamos para o campo, tinha mais<br />

gente ainda e também televisão, queriam um show. Reabasteço o BUCKER, gasolina e óleo, em Uberaba<br />

não consigo pagar nada, <strong>de</strong>colo e prometo a eles que daria o show. Uma porção <strong>de</strong> rasantes em vôo<br />

invertido para a televisão <strong>de</strong>les e vou embora sem pousar. Rumo São Carlos, eram 13:00 horas.<br />

O tempo está quente, vou ganhar altura para esfriar um pouco, nível 70e estabilizo, o tempo está<br />

bom, uma hora <strong>de</strong> vôo, já vejo Ribeirão Preto lá na frente, naquele nível com a manete bem reduzida, eu<br />

<strong>de</strong>veria estar usando <strong>no</strong> máximo 60% da potência do motor. Ribeirão Preto na esquerda, lá estava o<br />

aeroporto, não me interessa, o <strong>de</strong>sti<strong>no</strong> é São Carlos, Ribeirão já está bem para trás. Uma hora e vinte e<br />

cinco minutos <strong>de</strong> vôo aparece uma batida <strong>no</strong> motor, levo alguns segundos, procurando analisar o que<br />

po<strong>de</strong>ria ser, percebi logo que a coisa era grave. Procuro reduzir a manete, mas já era tar<strong>de</strong>, o motor dá um<br />

violento tranco, sai óleo e fogo para todos os lados. Em ato contínuo eu pensei <strong>no</strong> pára-quedas, mas o<br />

mesmo lá na primeira pane um gaiato tinha puxado o mosquetão e aberto o mesmo, eu fechei à minha<br />

moda, estava amarrado coma arame <strong>de</strong> fre<strong>no</strong> e se eu saltasse ele não iria abrir mesmo. O motor <strong>de</strong>u o<br />

tranco e apagou <strong>de</strong> tudo, o pára-quedas estava fora <strong>de</strong> cogitações me pareceu que o perigo <strong>de</strong> fogo não<br />

tinha mais, pelo me<strong>no</strong>s eu não via mais fogo, o motor tinha parado <strong>de</strong> tudo, óleo por todos os lados, o<br />

pára-brisa era uma pasta <strong>de</strong> óleo, não se via nada através <strong>de</strong>le, rosto para fora, checar a área para ver<br />

como ia ser a coisa, estava alto, tive tempo para escolher um lugar na rodovia com um lugar arado<br />

paralelo à rodovia, se na última hora aparecesse trânsito eu ia para o terre<strong>no</strong> arado, mas tudo <strong>de</strong>u certo, o<br />

pedaço <strong>de</strong> terra que usei era subida e o vento era <strong>de</strong> frente e não apareceu carro nenhum <strong>no</strong> momento, o<br />

pouso foi tranqüilo, o BUCKER não sabe que pousou fora do campo outra vez. Depois <strong>de</strong> alguns minutos<br />

do “pouso, estava outra vez um monte <strong>de</strong> carros parados, querendo saber outra vez quantos morreram. Ali<br />

tinha um acostamento e o terre<strong>no</strong> era bom, tirei o BUCKER fora da rodovia, chega a Polícia Rodoviária,<br />

peço a eles tomar conta do avião enquanto vou tentar telefonar para o DAC <strong>de</strong> Ribeirão Preto. DAC<br />

avisado, já quer enrolar toda a guerra, não po<strong>de</strong> mexer <strong>no</strong> avião, já tinha mexido, o avião estava fora da<br />

estrada para livrar o tráfego, diz o DAC “põe <strong>no</strong>vamente o avião na estrada para tirar fotografias”,<br />

aparece um fotógrafo, tira um monte <strong>de</strong> fotografias, o trânsito para tudo outra vez. Tiro o avião da estrada<br />

outra vez. Isto tudo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma pane <strong>de</strong>sta que o motor explo<strong>de</strong> e ameaça pegar fogo, joga óleo quente<br />

na cara da gente, não se enxerga nada por uns instantes, recuperado o susto, <strong>de</strong> pensar que se tivesse<br />

pegado fogo não po<strong>de</strong>ria ter usado o pára-quedas pois estava frenado, mas não há mais perigo <strong>de</strong> fogo,<br />

mas tenho que escolher um lugar para pouso, mas nestes momentos a cabeça trabalha num giro alto pra<br />

chuchu, a rodovia tem bastante tráfego, paralela a rodovia uma linha <strong>de</strong> alta tensão, tenho que optar<br />

rápido, do outro lado via um terre<strong>no</strong> arado, faço a tomada sobre a linha, se a estrada estiver livre <strong>no</strong><br />

momento, na estrada se tiver tráfego, para direita <strong>no</strong> terre<strong>no</strong> arado. Deu sorte, <strong>no</strong> momento exato a<br />

estrada ficou livre. Assim o BUCKER ficou inteirinho e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tudo isto ficar tirando retrato, quase<br />

explodi como o motor.<br />

Estou em Ribeirão Preto. O <strong>Aeroclube</strong> <strong>de</strong> São Paulo não tem mais motor <strong>de</strong> BUCKER, o jeito é apelar<br />

para o <strong>Aeroclube</strong> <strong>de</strong> Rio Claro que tem um motor jogado na sucata. Apelo para os mesmos emprestarem<br />

um motor para eu fazer o translado do BUCKER para São Carlos. Com o BUCKER em São Carlos, tenho<br />

dificulda<strong>de</strong> em fazer a pesagem do avião, eu precisava pesar o BUCKER todo original, <strong>de</strong>pois tirar o motor<br />

original e colocar o motor LYCOMING em cima do berço e achar a mesma centragem. Confesso que isto<br />

estava <strong>de</strong>morando, mas a culpa não era minha, na aviação todo mundo enrola ainda mais numa situação<br />

<strong>de</strong>stas.

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