nacionais - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG
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pagando por ela. À medi<strong>da</strong> que as pessoas são vacina<strong>da</strong>s, o risco <strong>de</strong> contágio reduz e o valor<br />
percebido <strong>da</strong> vacina também reduz. Além disto, as pessoas estão dispostas a pagar mais por<br />
um tratamento, já que estão doentes, do que por uma prevenção, quando ain<strong>da</strong> estão saudáveis<br />
(KREMER e GLENNERSTER, 2004). Desta forma, é claro enten<strong>de</strong>r que a P&D <strong>de</strong> vacinas<br />
não atrai os investimentos privados.<br />
Consi<strong>de</strong>rando a falta <strong>de</strong> interesse em investimento em P&D para doenças negligencia<strong>da</strong>s,<br />
doenças raras e vacinas, a constituição brasileira on<strong>de</strong> a saú<strong>de</strong> é direito <strong>de</strong> todos e <strong>de</strong>ver do<br />
Estado (BRASIL, Constituição Fe<strong>de</strong>ral, 1988) e a infra-estrutura estatal <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
medicamentos; o papel dos laboratórios oficiais passa a ser fun<strong>da</strong>mental para o país.<br />
Conseqüentemente, a relevância social <strong>de</strong>ve ser um critério importante na seleção e<br />
priorização <strong>de</strong> novos produtos.<br />
A relevância social se faz presente também no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> medicamentos para<br />
atendimento às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas <strong>da</strong> população. Neste ponto, é preciso relembrar a<br />
diferença entre <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos fármacos e novos medicamentos. A importância<br />
social nos casos <strong>da</strong>s doenças negligencia<strong>da</strong>, doenças raras e vacinas consiste na necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas moléculas. Em relação ao atendimento às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> básicas<br />
<strong>da</strong> população, é preciso produzir medicamentos com substâncias já conheci<strong>da</strong>s e que<br />
normalmente apresentam baixo valor agregado para os fabricantes. O atendimento às<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong> a maior parte do atendimento do serviço público<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> brasileiro e consiste na prescrição <strong>de</strong> medicamentos <strong>de</strong> atenção primária.<br />
Diversos países apresentam uma lista <strong>de</strong> medicamentos essenciais. Medicamentos essenciais<br />
são aqueles que servem para satisfazer às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong><br />
população. São selecionados <strong>de</strong> acordo com a sua relevância na saú<strong>de</strong> pública, evidência<br />
sobre a eficácia e a segurança e os estudos comparativos <strong>de</strong> custo efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Devem estar<br />
disponíveis em todo momento, nas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, nas formas farmacêuticas<br />
requeri<strong>da</strong>s e a preços que os indivíduos e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> possam pagar (BRASIL, 2006).<br />
A lista <strong>de</strong> medicamentos essenciais <strong>da</strong> OMS apresenta os medicamentos consi<strong>de</strong>rados<br />
essenciais para aten<strong>de</strong>r as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer país em <strong>de</strong>senvolvimento. A<br />
OMS sugere que ca<strong>da</strong> país elabore sua lista a partir <strong>da</strong> lista <strong>da</strong> OMS e <strong>de</strong> alguns critérios. Os<br />
primeiros critérios são segurança e eficácia durante o uso clínico assim como a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
durante a produção. O segundo critério é a prevalência <strong>de</strong> doenças trata<strong>da</strong>s pelo medicamento<br />
em análise. E o terceiro critério é a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recurso para suportar a administração<br />
do medicamento no país (COHEN et al., 2006). No Brasil, a lista <strong>de</strong> medicamentos essenciais<br />
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