Indeterminação e Improvisação na Música Brasileira ... - CCRMA
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pretende modificar alguma coisa através da música. E a pessoa que improvisa se mostra<br />
psicologicamente assim… pelada [Risos]. Ela escolhe seu objeto e está ali, é ela. Não que se<br />
limite ao tipo B, C ou D, mas você conhece a pessoa. Ela se mostra, não tem mais partitura<br />
para ser filtrada, ela aparece. E isso é um aspecto positivo que auxilia <strong>na</strong> musicoterapia, mas<br />
esses simplismos que vêm às vezes dessa área e da pedagógica são um pouco problemáticos.<br />
Eu trabalho com meus materiais novos em qualquer área, essa é a minha tendência como<br />
pedagogo. Eu não vou fazer exercício de melodia pentatônica para tocar com criança. Eu acho<br />
que a percepção do som hoje em dia é uma coisa tão vasta que reduzi-la de novo a materiais<br />
interválicos, harmônicos ou rítmicos seria um retrocesso muito grande, <strong>na</strong> minha opinião. Para<br />
mim, o som em si já é o material mais vasto com o qual você pode trabalhar. Eu tenho alguns<br />
alunos que fazem uma matéria de Rítmica que integra a coreografia, o movimento rítmico, um<br />
coisa um pouco teatral, e eu trabalho com a mesma liberdade de materiais com a qual eu<br />
trabalho com meus alunos de música nova. Isso dá problemas curriculares, mas é a minha<br />
tendência. Isto porque existe muito esse tipo de improvisação primitiva <strong>na</strong> área pedagógica,<br />
principalmente esses conceitos velhos como o de Dalcroze, esses grandes teóricos da<br />
pedagogia que trabalharam a música em uma determi<strong>na</strong>da época, ou então os políticos como<br />
os “marxistas” 65 aqui no Brasil: “a música tem que ser melódica, entre dois tons”. Isso aí é um<br />
entrave realmente. A minha geração passou por problemas muito sérios com isso. Rogério,<br />
Silvio… é uma coisa muito problemática, eu acho. E a improvisação deveria romper com todos<br />
materiais e não se limitar a determi<strong>na</strong>dos campos. Fuji um pouco da pergunta? Qual era<br />
mesmo? [Risos]<br />
A pergunta era como você lida com a improvisação ensi<strong>na</strong>ndo,<br />
pedagogicamente. Como você instiga o aluno…<br />
PAULO: Nós desenvolvemos técnicas para cada instrumento, e eu não gosto de trabalhar<br />
só com pianistas. Eu gosto de fazer conjuntos heterogêneos porque aí a pessoa aprende,