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Indeterminação e Improvisação na Música Brasileira ... - CCRMA

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apresentam alter<strong>na</strong>tivas de execução ao intérprete, são feitas perguntas como o por que, <strong>na</strong><br />

atualidade (leia-se, décadas de 50 e 60), o artista sente necessidade de trabalhar nessa<br />

direção; como resultado de que evolução histórica da sensibilidade estética, e como encarar<br />

tais experiências à luz de uma estética teórica? Muito se discute sobre as relações e<br />

semelhanças da música com a literatura e o teatro; são considerados os exemplos de James<br />

Joyce (com Ulisses e finnegans wake) e de Bertold Brecht. Em Brecht, há uma exposição<br />

problemática de certas situações de tensão; porém, não se elaboram soluções (ambigüidade):<br />

caberá ao espectador tirar conclusões críticas daquilo que vir; a abertura, aqui, funcio<strong>na</strong>ria<br />

como instrumento de pedagogia revolucionária.<br />

Todas as estéticas, do barroco ao simbolismo, têm sua abertura baseada <strong>na</strong><br />

participação imagi<strong>na</strong>tiva do fruidor, que deve interpretar um fato de arte já produzido. Isso é<br />

bastante diferente da situação em que os receptores devem também colaborar no fazer a obra<br />

- são as “obras em movimento”: "A obra em movimento seria a possibilidade de uma<br />

multiplicidade de intervenções pessoais, mas não convite amorfo à intervenção<br />

indiscrimi<strong>na</strong>da" 16 .<br />

Com relação a isto, volta-se a enfatizar que a “consciência estética ocidental” exige que<br />

uma obra seja claramente uma produção pessoal que sempre mantenha uma fisionomia<br />

própria básica, embora possam variar infinitamente suas fruições; essa mesma obra, sempre<br />

num sentido ocidental, deveria manifestar, qualquer que seja a forma pela qual for entendida<br />

ou prolongada, essa marca pessoal que lhe confere consistência, valor e comunicabilidade.<br />

*<br />

Na parte dedicada à análise da linguagem poética, são explicados conceitos básicos de<br />

semiótica e teoria da comunicação (noções de remetente, receptor, mensagem, código). As<br />

diferenças entre os tipos de mensagem <strong>na</strong> comunicação huma<strong>na</strong> passariam necessariamente<br />

pela proximidade de um dos seguintes pólos: a mensagem referencial ou denotativa, de<br />

caráter unívoco, com pouco espaço para dúvidas e ambigüidades, e mensagens emotivas ou<br />

conotativas, que suscitam reações, associações, com maior margem de ambigüidades. Uma<br />

mensagem estética seria um sistema de conotações direto e controlado pela própria estrutura<br />

da mensagem.

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