No. 50/1986

pria ambicao revela o desconhecimento dos
obstaculos e das dificuldades que a reali-
dade impoe.
Queremos construir sol idainente, consci-
entes do enorme esforco politico que isto
requer, da peciencia para harmonizar inte-
resses legitimos, da sinceridade para diluir
a relutancia dos eternos ceticos.
Sabemos que a in tegracao de nossas econo-
mias e possivel porque nosso projeto se in-
sere em uin quadro de consolidacao da de-
inocracia; de el iininacao da miseria; de afir-
macao cultural e politica de nossos povos.
Crescer, hoje, para n6s, argentinos e brasi-
leiros, significa alcancar inel hores padroes
de justica social e eliminar privilegios. Por
isto, podemos crescer juntos.
Esta expressao mesma sintetiza a esperan-
ca de nossos Governos, que sabem represen-
tar ela o desejo maior de nossos povos.
Crescer para ocupar as maos dos que cla-
inain pelo direito ao trabalho; juntos, para
ainpl iar os mercados, possibilitar as econo-
mias de escala, alcancar novas tecnologias,
aumentar a livre competicao e reduzir os
custos; crescer, para que a eficacia do iner-
cado inaior multiplique os frutos do traba-
lho e a prosperidade se torne o quotidiano
de todos e nao mais o privilegio de poucos.
Soinente em um regime democratico pode
florescer a livre iniciativa e somente a justi-
ca social pode torna-la duradoura.
Ein uin processo de integracao, que preten-
de unir nossas econoinias para fortalece-las,
podein os governos apenas delinear a inol-
dura juridica e estimular a acao dos agentes
econ6inicos privados. Nao serao os gover-
nos que farao a integracao de nossas econo-
mias: einpresarios e trabalhadores sao os
que podein transforma-la em realidade.
A integracao tera de ser gradual, flexivel e
equilibrada. Soinente com a criacao de in-
teresses comuns e a certeza de que os frutos
do esforco serao partilhados irmamente;
soinente com a sabedoria da flexibilidade
que contorna os obstaculos para melhor
vencelos; soinente com a paciencia do
gradualisino que avanca, consolida e cons-
troi, evitando a quimera dos esquemas
grandiosos e apressados, fadados ao fracas-
so; soinente com base nos principios que
elaboramos com o metodo da cautela e
com a visao da audacia realizaremos o pro-
grama de cooperacao e integracao econa
inica que podera ser, bem sucedido, o ini-
cio de uma uniao ainda mais profunda en-
tre nossos povos.
Confio nos einpresarios argentinos e brasi-
leiros. Sei de sua capacidade em superar os
obstaculos e criar riquezas em condicoes
adversas. Sei do seu espirito publico.
Estou absolutamente certo de que os
senhores saberao, a partir do nucleo estra-
tegico dos bens de capital, aproveitar as
vantagens que o mercado progressivamente
ampliado Ihes oferecera. E novas realidades
econ6inicas serao forjadas para o beneficio
dos nossos povos.
O realismo dos principios de equilibrio,
gradualismo e flexibilidade, o carater es-
tragegico dos projetos agricolas e indus-
triais selecionados, a prudencia dos ineca-
nisinos delineados, a ideia central de que
cabe ao Estado prover o marco juridico das
salvaguardas e estiinulos ein que os einpre-
sarios livremente competirao coino d inaino
desse processo, o espirito de fraternidade e
de confianca em que trabalharam os argen-
tinos e brasileiros para elaborar esta priinei-
ra e crucial etapa do processo de integra-
cao: sao as fundacoes para um processo
econc3inico que tem perfeita viabilidade e
ha de alcancar pleno exito.
Reinovemos os obstaculos e criamos os es-
t iinulos: cabe agora aos senhores aqui pre-
sentes, e a todos os einpresarios, como cida-
daos, compreender a dimensao historica
deste momento e, coino representantes do
setor privado, lancar-se a obra de expandir
e integrar nossas econoinias para o maior
bem-estar de nossos povos, em uin ciiina
permanente de paz, democracia e progresso.
Muito obrigado.
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