25.08.2013 Views

No. 50/1986

No. 50/1986

No. 50/1986

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

tr.os nervosos a governarem o planeta, e o<br />

das sociedades atrasadas e caudatarias.<br />

Nao nos escapam tambem as implicacoes<br />

do desenvolvimento acelerado, nos palses<br />

ricos, de novas tecnologias para fins mili-<br />

tares. Estamos conscientes do impacto das<br />

aplicacoes civis aessas novas tecnologias,<br />

cuja pesquisa e desenvolvimento sao finan-<br />

ciados a fundo pedido pelos orcamentos de<br />

defesa. Nao desconhecemos as repercussoes<br />

desses subsldios a tecnologia sobre toda a<br />

estrutura economica dos palses desenvolvi-<br />

dos, nem ignoramos seus reflexos negativos<br />

na capacidade competitiva das economias<br />

dos pa lses em desenvolvimento.<br />

Senhor Presidente,<br />

Na Ainbrica Latina, em particular, o atraso<br />

economico e tecnologico esta acicatando<br />

a consciencia de nossos povos.<br />

<strong>No</strong> Brasil, estarnos firmemente, irreversivel-<br />

mente coinprometidos com a causa da inte-<br />

gracao economica da America Latina. Ha<br />

muito que essa integracao tem sido exigida,<br />

mas nunca antes como agora criaram-se as<br />

condicoes adequadas para o surgimento de<br />

uma autentica vontade polltica para apro-<br />

funda-la.<br />

A integracao abre horizontes para a forma-<br />

cao de um espaco comum latino-americano,<br />

capaz de favorecer o desenvolvimento dos<br />

paises da regiao e fortalece-los frente As<br />

adversidades da conjuntura econoin ica i n-<br />

ternacional.<br />

O Brasil, junto com a Argentina e o Uru-<br />

guai, deu recentemente passos relevantes no<br />

sentido dessa integracao, atraves de acordos<br />

que traduzem, de modo inequlvoco, a deci-<br />

sao madura e inteligente de pwos definiti-<br />

vamente convencidos das vantagens de sua<br />

uniao. Decisao ain biciosa mas tambem rea-<br />

lista, em que Zi fe renovada na convergencia<br />

de nossos destinos se associa a consciencia<br />

plena das dificuldades que a integracao po-<br />

de suscitar. Nao recuaremos, no entanto,<br />

diante desse desafio historico, que sabe<br />

mos grande, mas cuja grandeza da a medida<br />

de nossa disposicao comum de cooperacao<br />

e de progresso - nossa aspiracao fraternal<br />

de crescer juntos.<br />

Senhor Presidente,<br />

A persistencia de crises regionais que amea-<br />

cam a paz e a seguranca e outro aspecto<br />

preocupante da realidade internacional.<br />

E o que ocorre, notadamente, na Africa<br />

Austral. Recorro a palavras do Presidente<br />

Jose Sarney, proferidas em Praia, por oca<br />

siao de sua grata visita a Cabo Verde, em<br />

maio Ultimo: "A complexa problematica<br />

da Africa Austral jamais podera ser solucio-<br />

nada no horizonte das tensoes Lesteoeste<br />

ou sob qualquer otica estrategica de gran-<br />

des potencias. (...) A solucao da crise na-<br />

quela regiao passa primeira pelo desapareci-<br />

mento do apartheid e, em seguida, pela so-<br />

lida implantacao de uma estrutura de inte<br />

racao paclfica entre os Estados da regiao,<br />

que perineia a todos eles dedicar-se a luta<br />

para impleinentar os seus projetos nacio-<br />

nais de desenvolvimento".<br />

A inconceblvel recalcitrancia do Governo<br />

de Pretoria em manter intacto o regiinedo<br />

apartheid e bloquear o processo de inde<br />

pendencia da Nainibia, em persistente vio-<br />

lacao de decisao do Conselho de Seguran-<br />

ca, continua a provocar graves tensoes e<br />

conflitos na Africa Austral.<br />

<strong>No</strong> seculo passado, um ilustre estadista bra-<br />

sileiro, Joaquim Nabuco, batendo-se contra<br />

a escravidao que naquele tempo nos estig-<br />

matizava, ja dizia que "as leis de cada pais<br />

sao remissivas a certos princlpios funda-<br />

mentais, base das sociedades civilizadas, e<br />

cuja violacao em uma importa em ofensa a<br />

todas as demais". "Nenhum Estado pode<br />

por-se assim fora da comunhao civilizada<br />

do inundo", assinalava o ilustre abolicionis-<br />

ta. Esse e exatainente o caso do regime abo-<br />

minavel de discriminacao vigente na Repu-<br />

blica da Africa do Sul, ate nossos dias,<br />

quando ja nos aproximamos do terceiro<br />

milenio.<br />

Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!