No. 50/1986

na1 aplicacao de recursos nos paises que re
correm ao proteccionismo.
Aqui esta inais um campo onde Brasil e
Portugal podem ter uma Util actuacao con-
jugada visando combater praticas lesivas
dos interesses vitais de paises em vias de
industrializacao e dos proprios interesses
da economia mundial. A nova ordem eco-
nomica internacional deve, na nossa opi-
niao, preocupar-se prioritariainente com a
questao do protecionisino comercial.
Importa, por outro lado, encarar o proble-
ma da dlvida externa com um novo espi-
rito. Trata-se de um probleina financeiro,
naturalmente, mas inais do que isso: e um
verdadeiro problema politico e como tal
deve ser tratado. Ha que encontrar formu-
las de entendimento com os credores ex-
ternos que Iwem estes a reconhecer que, so
por si os esquemas deflacionistas e restriti-
vos nada resolvem a prazo, pelo que tem
que ser acoinpanhados de solidas prspecti-
vas de desenvolvimento economico e social.
Nos tempos mais recentes, evoluiu-se algu-
ma coisa neste sentido, sem duvida, mas
importa prosseguir.
Portugal acredita no Brasil. Ao acreditar no
Brasil, Portugal de alguma maneira acredita
em si proprio. Talvez isto exprima o essen-
cial desta relacao unica que envolve brasi-
leiros e portugueses.
Com a vontade politica que anima os gover-
nantes do Brasil e os governantes de Porgu-
gal, estou certo de que estainos realmente
a abrir uma nova era na aproximacao luso-
brasileira. Seremos, assim, fieis ao apelo
inais profundo das nossas duas patrias.
Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).