25.08.2013 Views

No. 50/1986

No. 50/1986

No. 50/1986

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

adiacao em mercados dispersos por todos<br />

os quadrantes do globo.<br />

A nacao portuguesa, ao mesmo tempo, vi<br />

ve a experiencia inarcante e promissora de<br />

sua entrada na Comunidade Econoinica Eu-<br />

ropeia. Portugal, coin esse passo, faz valer<br />

sua vocacao universalista, abre-se para um<br />

espaco de enorme potencial economico e<br />

cientffico-tecnologico, onde, tenho certe-<br />

za, sera a voz a defender uma politica eco-<br />

noinica europeia mais justa, sensivel, in-<br />

clu.sive, aos problemas prementes dos pai-<br />

ses em desenvolvimento.<br />

Vemos que tambem no terreno econi3inico<br />

o momento e de desafio e imaginacao. Ha<br />

que aproveita-lo para dar 2s nossas tradicio-<br />

nais relacoes politicas seu definitivo subs-<br />

trato material. Vamos fazelo, ambos os<br />

Governos, nao apenas porque ha oportuni-<br />

dades, mas porque queremos caminhar jun-<br />

tos, percorrendo nossa historia comum.<br />

Este reencontro de nossos dois paises nao<br />

e, nein poderia ser, meta e tarefa dos Go-<br />

vernos apenas. Cabe um papel fundamental<br />

a sociedade privada neste revigorainento<br />

das relacoes bilaterais, mormente das clas-<br />

ses empresariais brasileira e portuguesa, o<br />

que corresponde, inclusive, a seu impulso<br />

natural.<br />

Ein "Casa Grande e Senzala", obra magna<br />

de nossa analise historico-social, Gilberto<br />

Freyre diz que "o certo e que os portugue-<br />

ses triunfaram onde outros europeus falha-<br />

ram: de formacao portuguesa e a primeira<br />

sociedade moderna constitu ida nos tropi.<br />

cos com caracteristicos nacionais e qualida-<br />

des de permanencia". Este feito portugues<br />

e hoje o nosso fato, e nos, brasileiros,<br />

somos agradecidos e orgulhosos por tal,<br />

heranca, que hoje temos que desenvolver<br />

unidos.<br />

Foi, por isso, motivo de grande alegria<br />

para nos a favoravel acolhida do Presiden-<br />

te Mario Soares e do Governo portugues,<br />

na pessoa de Vossa Excelencia, a proposta<br />

do Presidente Jose Sarney de que ja se<br />

constitua, a breve prazo, uma Comissao Bi-<br />

nacional encarregada de programar e orga-<br />

nizar, com a antecedencia necessaria e o cui-<br />

dado que certamente merecem, as comemo<br />

racoes do Quinto Centenario da Descober-<br />

ta do Brasil, evento que marca o ponto de<br />

partida de nossa historia comum.<br />

Senhor Ministro,<br />

A Reuniao de Consultas Pol iticas que hoje<br />

iniciamos sera insubstitu ivel oportunidade<br />

para reexaininarmos nao s6 nosso relaciona<br />

rnento bilateral, como tambem para trocar-<br />

mos conceitos e experiencias sobre alguns<br />

dos pontos mais importantes da agenda<br />

internacional. Dentre eles, sublinharia a cri-<br />

se na Africa Austral, coin a persistencia de<br />

sua principal causa, o abominavel regime do<br />

"apartheid"; a crise centro-americana, que<br />

vem exigindo reiterados esforcos de pacifi-<br />

cacao do Grupo de Contadora, coadjuvado<br />

por seu Grupo de Apoio; a perigosa e dis-<br />

pendiosa corrida arinainentista, aconfron-<br />

tacao aberta entre as superpotencias, que<br />

aviva os conflitos, os enrijece e torna croni-<br />

cos, adiando indefinidamente as indispensa-<br />

veis solucoes.<br />

A experiencia pessoal de Vossa Excelencia<br />

no trato aprofundado de ternas econoin icos<br />

permitira, por outro lado, analisarmos a<br />

dificil conjuntura econoinica internacional,<br />

inclusive nos aspectos relativos a questao da<br />

divida externa dos paises latino-americanos<br />

e ao protecionisino vigente em importantes<br />

mercados desenvolvidos - como a prbpria<br />

CEE -, em paradoxal contradicao com a<br />

necessidade elementar que tem os paises<br />

devedores de obterem saldos positivos em<br />

suas balancas comerciais para honrarem<br />

suas obrigacoes financeiras. <strong>No</strong> Brasil, nao<br />

renunciamos ao nosso imperativo desen-<br />

volvimento. Como foi dito pelo Presidente<br />

Jose Sarney frente a Assembleia-Geral das<br />

Nacoes Unidas em 1985, e desde entao tan-<br />

tas vezes reiterado, "o Brasil nao pagara a<br />

dlvida externa nein com a recessao, nem<br />

coin o desemprego, nem coin a fome".<br />

Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!