No. 50/1986
No. 50/1986
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fundidade da crise monetaria e financeira,<br />
a exigir a urgente reconstrucao de um sis-<br />
tema internacional.<br />
O Governo brasileiro, a despeito dessas no-<br />
torias adversidades externas, vem desenvol-<br />
vendo, com sucesso, um amplo esforco de<br />
soerguiinento da economia. O crescimento<br />
com justica social e uma existencia impos-<br />
tergavel de nossos povos. Para que o esfor-<br />
co nacional possa plenamente frutificar faz-<br />
se, contudo, necessario um sistema coiner-<br />
cial multilateral, aberto e estavel, que ga-<br />
ranta o acesso de nossos produtos ao iner-<br />
cado internacional e que nao restrinja nos-<br />
sas perspectivas de desenvolvimento nos n e<br />
vos setores da economia mundial. O Brasil<br />
nao aceita uma nova divisao internacional<br />
do trabalho tao ou mais excludente do que<br />
a que se nos tentou impor no passado.<br />
Senhor Presidente,<br />
O Brasil veio a Punta de1 Este animado do<br />
proposito de preservar o sistema inultilate-<br />
ral de coinercio e o GATT, de buscar garan-<br />
tias solidas de que as conquistas do passado<br />
nao serao erodidas pelo desrespeito aos<br />
princlpios do inultilateralisino e da nao-dis-<br />
crirninacao. Para construir e preciso conso-<br />
lidar os alicerces do GATT, abalados pela<br />
pletora de medidas incompativeis com o<br />
Acordo Geral, adotadas pelos principais<br />
paises desenvolvidos. Devemos, portanto,<br />
assumir coinpromissos firmes e confiaveis<br />
de nao ampliacao das restricoes ja existen-<br />
tes e de remocao de barreiras ao comercio<br />
que nao encontram apoio no GATT.<br />
O esforco de consolidacao do GATT nao<br />
estaria completo sem um movimento adi-<br />
cional, dentro das regras e princlpios do<br />
Acordo Geral, de liberalizacao do comercio<br />
de bens. O Brasil apoia tal esforco e esta<br />
disposto a dele participar. A garantia de<br />
nossa participacao deve ser o acolhimento<br />
das reivindicacoes basicas dos paises em de<br />
senvolvimento quando do lancamento da<br />
rodada.<br />
Senhor Presidente,<br />
A posicao brasileira a respeito dos chama-<br />
dos novos temas e sobejamente conhecida.<br />
Os resultados das discussoes no GATT e em<br />
outros foros sobre a questao de servicos<br />
nao fizeram senao confirmar a conviccao<br />
brasileira quanto 3 inexistencia de uma<br />
clara concepcao dessa materia e muito me-<br />
nos de um consenso sobre uma acao multi-<br />
lateral no GATT.<br />
<strong>No</strong>ssa posicao se mantem inalterada. Nao<br />
deixaremos de trabalhar incansavelmente<br />
por um consenso, mas objetaremos a qual-<br />
quer tentativa de imposicao de solucoes.<br />
coes.<br />
Com esplrito construtivo, nao nos negare<br />
mos a considerar um encaminhamento para<br />
a questao de servicos que, levarrdo em<br />
conta a prioridade que alguns atribuem a<br />
uma acao multilateral nessa area, respeite,<br />
integral mente, a posicao daqueles que, co-<br />
mo o Brasil, rejeitam a incluoao de servicos<br />
numa rodada sobre bens no ambito do<br />
GATT.<br />
Senhor Presidente,<br />
Estainos dispostos a nos empenhar pelo<br />
exito desta conferencia de Punta de1 Este.<br />
Estamos dispostos a viabilizar uma nova ro-<br />
dada de negociacoes comerciais. <strong>No</strong>ssa tare<br />
fa sera significativa se conseguirmos embar-<br />
car num esforco genulno de cooperacao in-<br />
ternacional e de soerguiinento do multila-<br />
teralismo. Para que nossas deliberacoes te<br />
nham efeito duradouro, devemos, pela re-<br />
jeicao dos equivocos do passado, construir<br />
um sistema comercial mais justo, inspirado<br />
nos melhores ideais da cooperacao e da<br />
convivencia internacionais.<br />
Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).