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No. 50/1986

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eu no final da Segunda Guerra Mundial,<br />

empreender acoes concretas para o lanca-<br />

mento de uma autentica nova ordem eco-<br />

nornica internacional.<br />

Reclamamos tambem medidas de curto pra-<br />

zo. A America Latina nao pode continuar<br />

a ser exportadora liquida de capital, nao<br />

pode seguir pagando altas taxas de juros e<br />

"spreads" na renegociacao de seus debitos<br />

externos, nao pode ter mais impedido o<br />

acesso de seus produtos aos mercados in-<br />

ternacionais e tainpouco pode continuar a<br />

sofrer restricoes em materia de transferen-<br />

cia de tecnologia.<br />

A aguda consciencia dos problemas econo-<br />

micos na America Latina levou a formacao<br />

do Consenso de Cartagena, atraves do qual<br />

convidamos as nacoes credoras ao dialogo<br />

e ao entendimento.<br />

E imprescindlvel que a crise do endivida-<br />

inento latino-americano seja analisada e<br />

entendida pelo seu aspecto polltico. E iin-<br />

prescindhel que os Governos dos paises<br />

credores compreendam a existencia de uina<br />

situacao excepcional, que nao pode ser cor-<br />

rigida automaticamente pelo simples jogo<br />

das forcas de mercado. E iinpresc-indlvel<br />

que se entenda a necessidade de conter e<br />

corrigir distorcoes e desigualdades patentes<br />

no sistema economico internacional.<br />

O Presidente Sarney tem afirmado repeti-<br />

das vezes que o Brasil nao pagara a dfvida<br />

externa coin a fome e a miseria de seu po-<br />

vo, nem com prejuizo da democracia ou<br />

do crescimento economico.<br />

Ao reafirmar essa determinacao do Gover-<br />

no brasileiro, faco-o em nome de um pals<br />

empenhado em cumprir seus coinproinissos<br />

financeiros internacionais, mas igualmente<br />

decidido a assegurar melhores condicoes de<br />

vida a sua ja tao sacrificada populacao.<br />

Foi coin esse objetivo ultimo que o Brasil<br />

adotou, em fevereiro deste ano, amplo<br />

programa de reformas economicas, que visa<br />

a debelar a inflacao, estimular os investi-<br />

mentos, premiar a producao e o trabalho,<br />

penalizar a especulacao. Esse novo progra-<br />

ma, o tao bem sucedido "Plano Cruzado",<br />

e hoje slinbolo de uina nova esperanca dos<br />

brasileiros, uina nova mental idade, uma<br />

nova forca a impulsionar o nosso cresci-<br />

mento.<br />

Senhor Presidente,<br />

Senhores Delegados,<br />

Neste planeta nao ha mais nenhuma terra<br />

incognita. <strong>No</strong> entanto, novas fronteiras es-<br />

tao por abrir-se, ein espacos cruciais para a<br />

humanidade: os da tecnologia.<br />

O inundo em desenvolvimento nao pode fi-<br />

car a margem dessa nova revolucao, sob<br />

pena de ver consolidado em definitivo, e<br />

ampliado, o ja tao largo fosso que o separa<br />

do inundo desenvolvido.<br />

A revolucao tecnologica precisa ser encami-<br />

nhada para a aproximacao desses dois inun-<br />

dos, sendo proveitosa a ambos. Seus efei-<br />

tos sao exponenciais e de carater qualitati<br />

vo. Se forem mal dirigidosl poderao levar<br />

nao somente a clivagein irreversivel entre ri-<br />

cos e pobres, mas tambem ao abismo que se<br />

estabelecera irremediavelmente, entre os<br />

que detem e dominam o conhecimento e<br />

aqueles aos quais a ele nao e permitido<br />

aceder.<br />

Nao queremos nem podemos aceitar que a<br />

revolucao tecnologica trilhe os mesmos ca-<br />

minhos da revolucao industrial, relegando a<br />

maioria das nacoes ao papel de meros for-<br />

necedores e i nsuinos de pouco valor agre-<br />

gado. Tampouco queremos ser limitados a<br />

simples compradores do excedente e do ob-<br />

soleto.<br />

Nao nos resignaremos a ser expectadores<br />

passivos de uma nova divisao internacional<br />

do trabalho, que cinda o mundo em dois<br />

universos distintos - o das sociedades pos-<br />

industriais, que predominam as atividades<br />

de informacoes e servicos, verdadeiros cen-<br />

Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).

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