No. 50/1986

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pais o comercio e a cooperacao nos planos industrial, agricola e tecnico-cientlfico. Mas, como disse no principio, muito resta por fazer para alcancarmos no Brasil a ver- dadeira prosperidade, aquela que se mede nao so pelo crescimento econ8inico mas tambem pela melhor reparticao dos frutos do trabalho de todos os cidadaos. Para isso, necessitamos mobilizar todos os nossos recursos. E preciso que, apesar da compreensivel ansiedade por melhorar seus padroes de consuino tanto tempo rebaixa dos, nossa gente aceite diferir uma parte desse consuino ein favor de uin maior esforco de poupanca. Mas somes obrigados a transferir anualmente ao exterior, para atender ao servico de nossa divida externa, parcela dessa poupanca. No ano passado, essa transferencia de recursos reais representou 24% de nossa poupanca bruta. Para continuarmos a crescer, necessitamos liberar uina parte desses re cursos para aplicar em investiinentos e para aumentar nossas importacoes. Apos quatro anos em que os investiinentos estagnaram, o setor produtivo brasileiro requer a modernizacao de seu equipamento e a absorcao de novas tecnologias, para nao perder competitividade. Sua demanda por importacoes ja esta crescendo, e devera crescer ainda mais. Nosso saldo comercial coin os Estados Unidos, por exemplo, reduziu-se de 23% em 1985; este ano, importamos 26% a inais de produtos americanos nos seis primeiros meses do ano, em relacao a igual ~eriodo do ano anterior. Ja nao vivemos na recessao, que exigia a compreensao de importacoes para gerar grandes saldos comerciais, destinados ao pa- gamento da dlvida. Estainos num modelo de crescimento que exige a diininu icao desses saldos e o aumento dos investimentos. Isto significa que nao disporemos do mesmo volume de recursos para transferir ao iexterior, sob a forma de pagamentos da dlvida Sera necessaria, portanto, renego ciar o volume desses pagamentos. para p o dermos importar inais. Contamos tarnbern com o aumento do flu- xo de investiinentos estrangeiros para o pais, como forma de, a um tempo, reduzir a transferencia liquida de recursos para o exterior e complementar a poupanca inter- na. Ao investidor estrangeiro potencial, atraido pela alta taxa de crescimento da economia brasileira, quero assegurar que o Governo da Nova Republica mantera o mesmo tratamento que, ha inais de vinte anos, vem sendo garantido pela legislacao brasileira sobre investiinentos estrangeiros. Estou seguro de que o capital estrangeiro, sobretudo norte-americano, que em epocas anteriores de cresciinento rapido de nossa econoin ia afluiu em proporcoes considera- veis, voltara a ser aplicado em volumes ainda maiores, para participar com o capital brasileiro do esforco do desenvolviinento econoinico do Brasil. Senhores e Senhoras, Falo de uin pais que ingressa numa nova era, de oportunidades cada vez inais amplas para todos. Ao pleno exercicio da liberdade pol itica propiciado pela democracia, corres- pondera cada vez inais o poder de decisao econoin ica do cidadao crescentemente inte- grado num mercado aberto onde seu salario valorizado lhe abre novos horizontes, possi- bilitando-lhe novas escolhas. Falo de uina nacao que se transforma, se moderniza, tra- balha, investe, aprende e cria. Nao temos duvida sobre a magnitude dos desafios que ainda estao a nossa frente. Mas estou seguro de que estainos no caminho certo e de que nao faltarao ao Brasil nem a determinacao de seus filhos, nem a compreensao e a amizade de seus parceiros em todo o mundo. Muito obrigado. Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).
no brasil, o presidente do uruguai, julio maria sanguinetti Declaracao Conjunta dos Presidentes Jose Sarney e Julio Maria Sanguinetti, assinada em Brasliia, em 13 de agosto de 1986 Em decorrencia das conversacoes inantidas entre o Presidente da Republica Federativa do Brasil, Excelentissiino Senhor Doutor Jose Sarney, e o Presidente da Republica Oriental do Uruguai, Excelentissiino Se nhor Doutor Julio Maria Sanguinetti, de 1 1 a 13 de agosto de 1986, por ocasiao da visita oficial que este efetuou a Brasilia, ambos os Primeiros Mandatarios: Coincidiram no firme proposito de dar prossegu iinento ao importante esforco de dinainizacao permanente dos historicos e fraternos lacos de amizade, entendimento e cooperacao que unem os povos brasileiro e uruguaio; Expressaram sua conviccao de aue o fortalecimento da democracia A fundamental para a maior intensificacao das relacoes bilaterais, bem como para cimentar, em bases duradouras, a solidariedade latino-aineri- cana; Reconheceram que os desafios do panora- ma internacional poderao ser melhor en- frentados a partir do aprofundainento da integracao entre os palses da Ainerica Lati- na, a fim de levar i3 consecucao do pleno desenvolvimento social e econoinico das na- coes da regiao; Os Primeiros Mandatarios decidiram subs- crever a seguinte Declaracao: Manifestam sua particular satisfacao pelo crescente fortalecimento do processo de- inocrdtico na Ainerica Latina, tendo pre- sente os anseios de desenvolviinento e aper- feicoamento da convivencia entre os povos da regiao; Acoinpanharn, com grande satisfacao, a concretizacao do que foi acordado em Montevideu em agosto de 1985, cristaliza- do na constituicao e I Reuniao da Comissao Geral de Coordenacao e nas reunioes das demais Subcoinissoes a ela subordinadas no quadro do Tratado de Amizade, Coope- racao e Coinercio e de outros relevantes instrumentos juridicos bilaterais; Reconhecem as vantagens da historica co- laboracao na regiao da Bacia da Lagoa Mi- rim e ao seu aprofundainento com base no Tratado da Lagoa Mirim, no Protocolo do Rio Jaguarao e nos trabalhos da Comissao da Lagoa Mirim. Afirmam sua disposicao de Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).
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