No. 50/1986
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chanceler brasileiro abre a xii<br />
sessao da assembleia<br />
geral das nacoes unidas<br />
Discuno do Ministro de Estado das Relacoes Exteriores,<br />
R6berto de Abreu Sodr4, em <strong>No</strong>va York, em 22 de setembro,<br />
de 19w. por ocasi80 da abertura do debate geral da XLI<br />
Sessao da Ammbl4ia Geral das Nacoes Unidas.<br />
Senhor Presidente,<br />
Senhores Delegados,<br />
Ha quarenta e um anos tem o Brasil o privi-<br />
legio de abrir a fase de debates da Assem-<br />
bleia Geral das Nacoes Unidas.<br />
Na Quadragesima Assembleia, em setembro<br />
do ano passado coube ao Presidente de meu<br />
Pais, Jose Sarney, proferir o discurso de<br />
abertura. Suas primeiras palavras foram de<br />
homenagem a esta tribuna: e a mais alta<br />
comunidade das Nacoes, impoe respeito 0<br />
dignidade, aqui grandes e pequenos ficam<br />
menores.<br />
Na qualidade de Ministro das Relacoes Ex-<br />
teriores do Brasil, venho a este podio das<br />
Nacoes Unidas com emocao e reverencia.<br />
Este 6 o foro inaxi'ino da Humanidade.<br />
E como tal ha que preserva-lo, com deter-<br />
minacao.<br />
Nao poupo, por isso, palavras para enaltece-<br />
10. Seus malogros eventuais nao o dimi-<br />
nuem em sua valia essencial como instru-<br />
mento de dialogo e de paz. Suas insuficien-<br />
cias, longe de invalida-lo, antes exaltam o<br />
imperativo de seu fortalecimento.<br />
O Brasil nao conhece alternativa para a Or-<br />
ganizacao das Nacoes Unidas. Nao existisse<br />
a Organizacao, tocaria ao talento e ao en-<br />
genho humano imagina-la, cria-la, em suma,<br />
reinventa-Ia. Nao lhe faltam, decerto, meios<br />
insti tucionais adequados, marco jurldico<br />
exato, objetivos lucidos e nitidamente defi-<br />
nidos. Na verdade, para traduzir todo o seu<br />
imenso potencial em mais proveitosa co-<br />
operacao entre os povos e seu beneficio<br />
comum, o de que mais carece a Organiza-<br />
cao e de uma vontade polltica sincera e glo-<br />
bal, capaz de sustenta-la sem vacilacoes na<br />
afirmacao persistente e imprescindivel dos<br />
nobres propositos consagrados na Carta de<br />
Sao Francisco.<br />
Justamente quando a sociedade internacio-<br />
nal se torna praticamente universal, seria<br />
contraditorio, alem de temerario, conde-<br />
nar o sistema das Nacoes Unidas ao pereci-<br />
mento, ou h indrcia, privando o inundo de<br />
instrumentos fundamentais de dialogo de-<br />
mocrdtico e fdrtil entendimento.<br />
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