No. 50/1986
No. 50/1986
No. 50/1986
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
para expressar a profunda preocupacao<br />
coin que o Brasil o considera. A nosso jui-<br />
zo, o problema apresenta tres aspectos es-<br />
senciais: a prevencao do uso indevido, a re-<br />
pressao ao trafico illcito e a reabilizacao<br />
dos usuarios cronicos. Ele nao sera resol-<br />
vido de forma duradoura se nao forem leva-<br />
das igualmente em conta estas suas tres fa-<br />
cetas. Entendemos tambem como indispen-<br />
savel a cooperacao internacional contra as<br />
drogas - resguardados, naturalmente, os di-<br />
reitos soberanos dos Estados. O Brasil par-<br />
ticipou ativainente da Conferencia Especia-<br />
lizada I nterainericana sobre Narcotrafico,<br />
realizada no Rio de Janeiro, em abril deste<br />
ano, sob os auspicios da OEA. Daremos,<br />
igualinente, nossa inais dedicada colabora-<br />
cao aos trabalhos da Conferencia Interna-<br />
cional sobre Entorpecentes que se realizara<br />
em Viena, em 1987.<br />
O terceiro tema e o do terrorismo. Desta<br />
tribuna do inundo quero externar nosso<br />
inais veemente, mais energico, inais indig-<br />
nado repudio a sua proliferacao. A coinu-<br />
nidade internacional nao pode continuar<br />
a tolerar a pratica de atos terroristas e deve<br />
unir-se sem tardanca para erradicar suas<br />
causas e eliminar seus efeitos.<br />
Senhor Presidente,<br />
Senhores Delegados,<br />
Repito o que afirmei, coin enfase, no inlcio<br />
deste meu discurso: o fortalecimento da<br />
ONU e o melhor caminho para assegurar a<br />
paz e a seguranca internacional. Coerente<br />
coin essa avaliacao, meu pais tem contri-<br />
buido ativainente para estimular a iinple-<br />
inentacao de medidas que revitalizein as<br />
Nacoes Unidas. As recomendacoes do cha-<br />
mado "Grupo dos 18" sao, na opiniao do<br />
Governo brasileiro, um primeiro e promis-<br />
sor passo naquela direcao.<br />
Apoiamos um papel crescentemente ativo<br />
para o Secretario-Geral na busca de solu-<br />
coes para as controversias. Propugnamos<br />
o exame pela Organizacao de todos os di-<br />
ferendos e conflitos. Advogamos a flexibi-<br />
lidade dos metodos de trabalho, em parti-<br />
cular do Conselho de Seguranca, para que<br />
as grandes questoes referentes h paz e h<br />
seguranca possam ser tratadas em subsan-<br />
cia e de maneira construtiva. Pensamos ser<br />
necessario contrarrestar a tendencia a afas-<br />
tar deste foro o tratamento dos problemas<br />
fundamentais da paz, que interessam a to-<br />
da a comunidade internacional. Tais pro-<br />
blemas afetam a todos e a todos cabe a res-<br />
ponsabilidade das solucoes.<br />
Foi justamente coin base nessa concepcao<br />
das Nacoes Unidas que, a 29 de maio, pro-<br />
pus, atraves do Senhor Secretario-Geral, em<br />
nome do Governo brasileiro, a inclusao do<br />
item "Zona de Paz e Cooperacao do Atlan-<br />
tico Sul" na agenda desta Sessao. Essa ini-<br />
ciativa decorre do que disse o Presidente<br />
Jose Sarney perante esta Assembleia Geral,<br />
em setembro de 1985: "O Brasil fara todo<br />
os esforcos que estiverem a seu alcance para<br />
preservar o Atlantico Sul como area de paz,<br />
afastada da corrida arinamentista, da pre-<br />
senca de arinas nucleares e de qualquer for-<br />
madeconfronto oriunda de outias r@i6esU.<br />
Agradecemos o pronto reconhecimento,<br />
pela Assembleia Geral, da pertinencia desse<br />
item, ao inclui40 em sua presente Agenda.<br />
A iniciativa sobre a Zona de Paz e Coopera-<br />
cao do Atlantico Sul prefigura importante<br />
esforco coletivo, do qual o Brasil procura<br />
apenas ser um interprete.<br />
Trata-se de garantir a paz, a seguranca e o<br />
desenvolvimento numa vasta area do glo-<br />
bo, que congrega paises de dois continen-<br />
tes, unidos na sua determinacao comum de<br />
superarem obstaculos a plena realizacao do<br />
progresso e bem-estar de seus povos.<br />
De um lado, busca-se afastar as graves<br />
ameacas a seguranca regional e mundial re-<br />
presentadas pela situacao na Africa Austral,<br />
seja pela transferencia ao Atlantico Sul das<br />
tensoes e confrontacoes Leste-oeste, acom-<br />
panhada da proliferacao geografica de<br />
arinas nuclares e da consequente intensifi-<br />
cacao da corrida arinamentista nuclear. De<br />
outro lado, tem-se em vista valorizar as am-<br />
plas possibilidades de cooperacao para o de<br />
Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).