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<strong>Anais</strong> do <strong>VII</strong> <strong>SIC</strong> 1114<br />
<strong>VII</strong> Salão de Iniciação Científica da <strong>UERN</strong> de 17 a 18 de outubro de 2011<br />
discurso citado. Além disso, apesar dos recursos tipográficos transferirem a responsabilidade pelo<br />
dito para o autor do discurso citado, algumas vezes, os recursos tipográficos podem causar um<br />
efeito de aproximação entre o discurso citante e o discurso citado, uma vez que há apenas uma<br />
sequência frasal. É o que ocorre no exemplo acima.<br />
Em alguns casos, e com certa frequência, constatamos ainda o emprego simultâneo<br />
dessas duas formas de introdução – grupos preposicionais e recursos tipográficos – para um mesmo<br />
discurso citado. Vejamos o exemplo abaixo:<br />
Para Locke (2005: 9), “o conceito de intertextualidade se relaciona aos modos como textos recorrem a<br />
outros textos em virtude das histórias (ou discursos) neles embutidos (...).” (ACL10, p. 45).<br />
Neste caso, como salientamos, o autor do artigo utiliza um grupo preposicional – Para<br />
Locke – e um recurso tipográfico – aspas – para introduzir um discurso citado direto. A<br />
preocupação maior do autor, neste caso, parece realmente ser isentar-se da responsabilidade pelo<br />
dito e transferi-la para o produtor do discurso citado, Locke, valendo-se de vários recursos para isso.<br />
Assim, a indicação de que esta parte do texto não é assumida pelo locutor fica bastante evidente.<br />
As formas de retomada do discurso citado<br />
Em relação às formas de retomada do discurso citado, compreendidas aqui como formas<br />
de se estabelecer relações dialógicas entre o discurso citado e o discurso citante, os pesquisadores<br />
especialistas recorreram, em seus artigos científicos, a cinco formas de retomada, quais sejam: i)<br />
realiza paráfrase do conteúdo do discurso citado; (ii) relaciona o conteúdo do discurso citado com<br />
experiência prática; (iii) insere um discurso citado para reforçar o conteúdo de um outro discurso<br />
citado; (iv) expõe comentário ou ponto de vista; e, (v) contesta conteúdo do discurso citado<br />
amparado em outro discurso. Essas formas estão apresentadas no gráfico abaixo, com a quantidade<br />
de suas recorrências:<br />
50%<br />
40%<br />
30%<br />
20%<br />
10%<br />
0%<br />
47%<br />
35%<br />
31% 30%<br />
11%<br />
6% 5%<br />
ACE<br />
4%<br />
ACL<br />
Gráfico 03: Formas de retomada do discurso citado em artigos científicos<br />
Expõe comentário ou ponto de vista<br />
Insere um discurso citado para reforçar<br />
o conteúdo de um outro discurso<br />
citado<br />
19%<br />
Relaciona o conteúdo do discurso<br />
12% citado com experiência prática<br />
Realiza paráfrase do conteúdo do<br />
discurso citado<br />
Conforme o gráfico acima exposto, podemos perceber que as formas de retomada do<br />
discurso citado mais recorrentes nas áreas de Letras e Geografia são as mesmas: expõe comentário<br />
ou ponto de vista (40% em Engenharia e 30% em Letras) e insere um discurso citado para reforçar o<br />
conteúdo de um outro discurso citado (27% em Engenharia e 28% em Letras). As demais formas<br />
foram mobilizadas pelos autores destas duas áreas, só que com menor recorrência. Esses dados<br />
revelam que não há uma diferença significativa no modo como esses autores retomam o discurso<br />
citado. Na verdade, há sim semelhança no uso das formas de retomada nos artigos dessas duas<br />
áreas. Vejamos os fragmentos abaixo que exemplificam o uso dessas formas:<br />
No entanto, pouco se conhece a respeito da relação entre as decisões de projeto e o custo total do edifício.<br />
Diferentes estudos como de Otero et al [15] mostram que não há uma proporcionalidade direta entre área<br />
ISBN: 978-85-7621-031-3