<strong>Anais</strong> do <strong>VII</strong> <strong>SIC</strong> 1123 nomes, de mãos a pegarem no meu dinheiro! Estava era sustentando uma cambada, sustentando Vitorino, seus camaradas, suas minas, seus (Antônio, 2009, p. 136). A amizade com Vitorino rende a Meninão do Caixote o reconhecimento nas rodas de sinuca, mas este não se entrega totalmente ao mundo da malandragem, tenta em várias ocasiões vida deixar vida errante do jogo. Após dois anos de grandes perdas e vitórias na sinuca decide deixar aquele mundo e voltar ao sossego do lar, puxado pelos laços afetivos de sua mãe. É um dos momentos mais intensos do conto e uma das páginas mais belas da literatura brasileira a cena em que a mãe, corroída pela culpa e carregando o peso do fracasso vai até a sala do jogo levar o almoço do filho, o que abala profundamente o rapaz e o leva a abandonar definitivamente a vida errante de malandro jogador de sinuca. Vinha chorosa de fazer dó. Mamãe surgindo na cortina verde, vinha miudinha, encolhida, trazendo uma marmita, não disse uma palavra, me pôs uma marmita na mão. Seu almoço. Um frio nas pernas, uma necessidade enorme de me sentar. E uma coisa me crescendo na garganta, crescendo, a boca não agüentava mais, sentir que não agüentava. Ninguém no meu lugar agüentaria mais. Ia chorar, não tinha jeito. [...] Larguei as coisas e fui saindo. Passei a cortina, num passo arrastado. Depois a rua. Mamãe ia lá em cima. Ninguém precisava dizer que aquilo era um domingo... Havia namoros, havia vozes e havia brinquedos na rua, mas eu não olhava. Apertei meu passo, apertei, apertando, chispei. Ia quase chegando. Nossas mãos se acharam. Nós nos olhamos, não dissemos nada. E fomos subindo a rua. (ANTÔNIO, 2004, p.145, 146). CONCLUSÃO Meninão do Caixote, ao deixar de lado a sinuca, volta para o meio social de que durante dois anos se manteve afastado. O retorno significou para Vitorino a decadência, que ficou perdido sem o operário que rendia nas partidas caras, e o velho se ver perdido, caindo definitivamente nos abismos da marginalidade, revelando que todo malandro é um fracassado em potencial. Enquanto para Meninão do Caixote os bares e a sinuca agora se apresentam apenas como um refúgio que alivia as agruras da vida doméstica, ou seja, ainda fazem parte de sua vida, ainda que por momentos breves. REFERÊNCIAS Aguiar, F. (1999). Evocação de João Antônio ou do purgatório ao inferno. In: Remate de Males, 19 (1), 105-120. ANTÔNIO, João. Malagueta Perus e Bacanaço. 4 ed. São Paulo: Cosac Naify, 2004. BOSI, Alfredo. Um boêmio entre duas cidades. In: Literatura e resistência. São Paulo: companhia das Letras, 2002, p. 238-243. CANDIDO, Antonio. Na noite enxovalhada. In: Remate de Males. Campinas: Ed. Unicamp, Campinas, 1999, p. 83-88. ______. Dialética da malandragem. In: O discurso e a cidade. São Paulo: Duas Cidades, Duas Cidades, 1998, 19-54. ISBN: 978-85-7621-031-3
<strong>Anais</strong> do <strong>VII</strong> <strong>SIC</strong> 1124 ______. Literatura e sociedade. 8 ed. São Paulo: T. A. Queiroz; Publifolha, 2000. (Grandes Nomes do pensamento Brasileiro). DA MATTA, R. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. DURIGAN, Jesus Antonio. João Antonio e a ciranda da malandragem. In: SCHWARZ, Roberto (org.). Os pobres na literatura brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 214-219. LUCAS, Fabio. Reflexões sobre a prosa de João Antônio. In: Remate de Males. Campinas: Ed. Unicamp, Campinas, 1999, p. 89-103. PAES, J. Paulo. O pobre diabo no romance brasileiro. In: A aventura literária: ensaios sobre ficção e ficções. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p 39-61. PRADO, Antonio Arnoni. Lima Barreto Personagem de João Antonio. In: Remate de Males. Campinas: Ed. Unicamp, Campinas, 1999, p. 147-67. ISBN: 978-85-7621-031-3
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