You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Anais</strong> do <strong>VII</strong> <strong>SIC</strong> 1179<br />
O DETETIVE METAFÍ<strong>SIC</strong>O NO ROMANCE POLICIAL PÓS-MODERNO: SHERLOCK<br />
HOLMES EM MICHAEL HARDWICK<br />
Wigson Lion Duarte da Costa 1 , Evaldo Gondim dos Santos 2<br />
RESUMO: O presente trabalho busca investigar a constituição do detetive metafísico enquanto elemento<br />
poético característico do romance policial de pura detecção doyliano nos romances policiais The Private Life<br />
of Sherlock Holmes (1971), The Revenge of the Hound (1987) e Prisoner of the Devil (1990) do escritor<br />
inglês Michael Hardwick. Nessa pesquisa, procuramos analisar como o detetive metafísico Sherlock Holmes<br />
característico do romance policial de pura detecção doyliano é constituído nesses romances policiais pósmodernos,<br />
fazendo uso da crítica ao romance policial, da poética pós-moderna e do questionamento do<br />
sujeito pós-moderno. Nos romances policiais de Michael Hardwick, Sherlock Holmes é o detetive que se<br />
envolve diretamente com seus casos, pois não age friamente como o detetive metafísico doyliano. Sendo<br />
assim, sua capacidade racional sobre-humana é posto por terra, uma vez ele passa a não ser mais capaz de ter<br />
um domínio completo de sua consciência e dos fenômenos sociais que o rodeiam.<br />
PALAVRAS-CHAVE: Detetive metafísico; Romance policial pós-moderno; Sherlock Holmes.<br />
INTRODUÇÃO:<br />
Na presente pesquisa, buscamos analisar como o Sherlock Holmes, personagem<br />
principal do romance de pura detecção doyliano, é constituído nos romance policiais pós-modernos<br />
The Private Life of Sherlock Holmes (1971), The Revenge of the Hound (1987) and Prisoner of the<br />
Devil (1990) do escritor inglês Michael Hardwick. Para tanto, procuramos analisar como o detetive<br />
é constituído nesses romances policiais pós-modernos em comparação com o Sherlock Holmes<br />
canônico. Nossa análise é sustentada em autores que lidam com o romance policial (ECO e<br />
SEBEOK (1991), DAVIES (1998), REIMÃO (1983), BOILEAU e NARCEJAC (1999) e HELLER<br />
(2008)), com a poética pós-moderna (HUTCHEON (1984, 1989, 1991, 1994) e JAMESON (1996)),<br />
questionamento das metanarrativas (LYOTARD (1986)) e o questionamento do sujeito moderno<br />
(FOUCAULT (2004, 2007), LACAN (1998), FINK (1988) e HALL (1998)). De acordo com a<br />
crítica ao romance policial, Holmes é um personagem parcialmente baseado em Joseph Bell que foi<br />
professor de Conan Doyle em sua época de universidade (ECO; SEBEOK, 1983). Desse encontro<br />
inusitado, surgiu os romances The Sign of Four (1890), The Hound of the Beskervilles (1902), The<br />
Vallay of Fear (1915), A Study in Scarlet (1887) e mais sessenta contos. Essas obras fazem muito<br />
sucesso até os dias atuais por apresentar Sherlock Holmes como o primeiro detetive científico<br />
excepcionalmente dedutivo. No entanto, o que nos motivou na realização da presente pesquisa não<br />
foi apenas demonstrar como o Sherlock Holmes é constituído nas narrativas policiais de seu<br />
inventor, porém demonstrar que tal detetive metafísico é constituído de outra maneira na literatura<br />
contemporânea, uma vez que atualmente há espaço para o questionamento do detetive metafísico<br />
doyliano cuja criação baseia-se em crenças positivistas.<br />
Essa pesquisa busca analisar como se dá a constituição do Sherlock Holmes doyliano<br />
nos romance do escritor inglês Michael Hardwick. Inicialmente, examinamos como o detetive<br />
1 Discente do Curso de Letras/Habilitação Língua Inglesa e Respectivas Literaturas, Campus de Pau dos Ferros, <strong>UERN</strong>.<br />
E-mail: lionsennin@yahoo.com.br.<br />
2 Mestre em Lingüística Aplicada ao Ensino de Línguas Estrangeiras, docente do Curso de Letras, Campus de Pau dos<br />
Ferros, <strong>UERN</strong>. E-mail: evaldogondim@uern.br.<br />
ISBN: 978-85-7621-031-3