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<strong>Anais</strong> do <strong>VII</strong> <strong>SIC</strong> 1125<br />
<strong>VII</strong> Salão de Iniciação Científica da <strong>UERN</strong> de 17 a 18 de outubro de 2011<br />
CONSTRUÇÕES COM “SE” NA LÍNGUA FALADA E ESCRITA EM NATAL: O<br />
CASO DAS MEDIAIS<br />
Antonia Clayse-Anne de Medeiros Vieira 1 ; Nádia Maria Silveira Costa de Melo 2<br />
RESUMO: O objetivo da pesquisa que realizamos foi descrever e analisar os aspectos formais e semânticopragmáticos<br />
de construções mediais na língua falada e escrita em Natal. Especificamente, nossa visão<br />
apontou para o estabelecimento dos traços que diferenciam e caracterizam o SE reflexivo e medial, na qual<br />
captamos as generalizações translinguísticas contrastantes à sua utilização na língua falada e escrita na cidade<br />
do Natal. Em nossas observações, iniciamos a identificação das ocorrências das construções de forma a<br />
definir os papeis temáticos e o grau de transitividade ocorrente nos usos das categorias, a partir da coleta de<br />
dados no corpus D&G: a língua falada e escrita da cidade do Natal (FURTADO DA CUNHA, 1998) e sob a<br />
ótica da lingüística funcional norte-americana. Nossas observações comprovaram que há de fato algumas<br />
lacunas que aponta para um tratamento desmerecido quanto a classificação das categorias de vozes verbais na<br />
língua materna. Assim, pretendemos, a partir de nossas investigações, trazer contribuições para um ensino<br />
mais produtivo da língua.<br />
PALAVRAS-CHAVE: Construção medial; Transitividade; Linguística Cognitivo-funcional<br />
INTRODUÇÃO<br />
A linguagem humana é apresentada de forma muito complexa, que de tão vasta<br />
transcende os limites dos pensamentos humanos individuais, ela não pode ser esgotada,<br />
sempre está se renovando e criando outras possibilidades de significado através dos<br />
tempos. Esta variabilidade é ocasionada, especialmente, a partir de fatores socioculturais,<br />
originados do meio e de indivíduos nativos de determinada língua. Nessa perspectiva,<br />
línguas e culturas estão sempre se encontrando, mudando, criando e recriando.<br />
Certamente, por essa razão, na Grécia, a filosofia apresentava uma forte influência<br />
sobre a gramática. A relevância lógica e não-lógica, real e metafísica, foi o que levou<br />
alguns gramáticos gregos a considerarem a oposição entre agente e paciente. Esta oposição<br />
relativa era chamada de “média”. Assim, os gramáticos passaram a considerar tanto a<br />
ordem do mundo quanto a ordem da linguagem como sendo de suma importância para a<br />
explicação da medialidade (PIQUÉ, 2005).<br />
A questão investigada neste trabalho aponta para os papéis argumentais de agente e<br />
paciente em construções cuja descrição apresenta vagueza ou incoerências. É o que a<br />
literatura denomina de construções mediais. Nas línguas clássicas Indo-européias,<br />
identifica-se vestígio da existência plena deste tipo oracional. Um assunto que é descrito<br />
e/ou ignorada na gramática tradicional do português. Há uma indefinição ou confusão entre<br />
os estudiosos que ora a apresenta como passiva, ora ativa, ainda em outras situações é<br />
apresentada como um subtipo da voz passiva (médio-passiva) e outras terminologias<br />
(ROCHA LIMA, 1999).<br />
Essa descrição vaga tem sido questionada e investigada por alguns linguistas, no<br />
intuito de dar uma explicação coerente sobre as construções mediais em português. Trazer<br />
à tona mais clareza acerca das construções existentes na língua portuguesa falada e escrita<br />
1 Discente do curso de Letras com habilitação em Língua Portuguesa da Faculdade de Letras e Artes (FALA), Campus<br />
Assu (CAWSL), <strong>UERN</strong>. E-mail: claysemedeiros@hotmail.com.<br />
2 Mestre em Linguística, docente do Departamento de Letras da Faculdade de Letras e Artes, Campus Assu (CAWSL),<br />
<strong>UERN</strong>. E-mail: solinadia@bol.com.br.<br />
ISBN: 978-85-7621-031-3