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<strong>Anais</strong> do <strong>VII</strong> <strong>SIC</strong> 1146<br />
diferenças, sejam elas etnicorraciais, sexuais, financeiras etc. Para que discursos como o do aluno<br />
53 não ganhe dimensões das quais a escola não dê conta de redimensioná-los, já que a “diferença” é<br />
“brutalmente” confundida com “defeito”.<br />
CONCLUSÃO<br />
Conclui-se nesta pesquisa que nas práticas discursivas escolares a linguagem, em muitas<br />
ocasiões, é o espaço no qual as práticas discriminatórias se efetivam e ganham dimensões das quais<br />
a escola ainda não consegue eliminar. Desse modo, compreende-se que as “piadinhas” (CUNHA<br />
JUNIOR 2007) se constituem em acontecimentos agravantes para os atos de preconceito e<br />
discriminação, estes embasadas por fatores históricos advindos da época da colonização do povo<br />
brasileiro.<br />
Observou-se ainda que as relações etnicorraciais entre os sujeitos desta pesquisa são<br />
marcadas por discursos que banalizam a questão da diferença fazendo com que o processo de<br />
formação de suas identidades seja interferido por discursos confusos como “a gente deve respeitar o<br />
defeito do outro”, uma vez que as características dos indivíduos pertencentes a um determinado<br />
grupo ou comunidade são interpretadas como “defeito”. (BAUMAN, 2003)<br />
Quanto a Escola nota-se uma acentuada necessidade para abertura de espaços de<br />
diálogos nos quais a discussão etnicorracial se dimensione e adentre pelo universo escolar como um<br />
agente eficaz no combate ao preconceito.<br />
REFERÊNCIAS<br />
BAUMAN, Z. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi/ Zygmunt Bauman. Tradução Carlos Alberto<br />
Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed., 2005.<br />
______. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Trad. Plínio Dentzien Rio de Janeiro: Jorge<br />
Zahar Editora, 2003.<br />
BIKLEN, S. K. & BOGDAN, R. C. Investigação qualitativa em educação. Tradução: ALVAREZ, Maria<br />
João (et al.). Portugal: Porto editora, 1994.<br />
BORTONI-RICARDO. S. M. O Professor Pesquisador: Introdução a pesquisa qualitativa. São Paulo:<br />
parábola Editorial, 2008.<br />
CUNHA JR. H. Os negros não se deixaram escravizar: Temas para as aulas de história dos<br />
afrodescendentes. Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br. Acesso em novembro 2009.<br />
DUTRA, E. A narrativa como técnica de pesquisa fenomenológica. Estudos de Psicologia 7(2), 371-378,<br />
2002.<br />
DE PAULA, A. Educar o Brasil com raça: das raças ao racismo que ninguém vê. In: SANTOS, G.<br />
& SILVA, M. P. da.(orgs.) Racismo no Brasil: percepções da discriminação e do preconceito<br />
racial no séc. XXI. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2005.<br />
MOITA LOPES, L. P. Oficina de lingüística aplicada. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1996.<br />
MOITA LOPES, L. P. Por uma lingüística aplicada interdisciplinar São Paulo: Parábola, 2006.<br />
MOITA LOPES, L. P. Discursos e identidades: discurso como espaço de construção de gênero,<br />
sexualidade, raça, idade e profissão na escola e na família. Campinas, SP: Mercado de letras, 2003.<br />
ISBN: 978-85-7621-031-3