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Mariangela de Oliveira Gomes Setti - Programa de Pós-Graduação ...

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7<br />

A ← A + 0,02;<br />

B ← B + 0,03;<br />

Anos ← Anos + 1;<br />

fim_enquanto<br />

Escreva (“O número <strong>de</strong> anos para que B seja maior do que A é ”, Anos);<br />

fim.<br />

Observe, que muitas vezes, po<strong>de</strong> ser confundido o “resolver o problema” com<br />

“elaborar um algoritmo que o resolva” e que o computador seja capaz <strong>de</strong> implementar.<br />

Uma das dificulda<strong>de</strong>s em distinguir esses dois tipos <strong>de</strong> soluções está na diferença entre<br />

o pensar matematicamente 1 e o pensar computacionalmente, ou entre o pensamento contínuo<br />

e o sequencial discreto. Ensinar o aluno a pensar matematicamente, ou computacionalmente,<br />

não é apenas uma questão <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> linguagem, torna-se necessário haver uma alteração<br />

da forma <strong>de</strong> pensar.<br />

Não se trata apenas <strong>de</strong> saber como resolver um problema, baseado no ferramental<br />

trazido do Ensino Médio, trata-se <strong>de</strong> utilizar um conhecimento adquirido para solucionar um<br />

problema com um novo formato, qual seja, conceber a solução computacional correspon<strong>de</strong>nte<br />

à solução matemática.<br />

Consi<strong>de</strong>ramos que a matemática escolar, ou seja, a matemática ministrada na escola,<br />

po<strong>de</strong> ser dividida em duas áreas, a saber, a matemática do contínuo, cujo paradigma po<strong>de</strong> ser<br />

colocado em disciplinas como o Cálculo Diferencial e Integral e a matemática do discreto ou<br />

matemática discreta, que se <strong>de</strong>senvolveu a partir do séc. XX e abrange principalmente a<br />

matemática combinatória e estatística, teoria dos grafos e jogos. Para trabalhar com a<br />

matemática discreta, é necessário utilizarmos outras formas <strong>de</strong> pensar, próprias dos problemas<br />

que po<strong>de</strong>m ser implementados computacionalmente.<br />

Apesar do avanço computacional nas últimas décadas, a matemática escolar ainda não<br />

incorporou a forma própria que o pensamento algorítmico exige. O que tem ocorrido é a<br />

utilização <strong>de</strong> ferramentas computacionais, como suporte ao ensino em diversas áreas. Essa é<br />

uma dificulda<strong>de</strong> que os alunos enfrentam ao se <strong>de</strong>pararem com esse assunto no ensino<br />

superior, o que torna a matemática escolar um obstáculo, inclusive <strong>de</strong> caráter epistemológico,<br />

à aprendizagem <strong>de</strong> algoritmos.<br />

1 Segundo Schoenfeld (1998, p. 59), significa “(a) ver o mundo <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista<br />

matemático (tendo predilecção por matematizar: mo<strong>de</strong>lar, simbolizar, abstrair e aplicar idéias<br />

matemáticas a uma larga gama <strong>de</strong> situações) e, (b) ter os instrumentos para tirar proveito para<br />

matematizar com sucesso.”

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