Mariangela de Oliveira Gomes Setti - Programa de Pós-Graduação ...
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natural, acredita-se que o seu <strong>de</strong>senvolvimento mobilize dois registros <strong>de</strong> representação<br />
semiótica que, segundo Duval (1995), são necessários na formação dos conceitos. Para<br />
analisar as representações feitas pelos estudantes em linguagem natural e compará-las com as<br />
representações feitas em pseudocódigo, a pesquisadora elaborou uma sequência didática cujo<br />
foco principal foi o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do algoritmo.<br />
Os experimentos foram realizados com alunos iniciantes no estudo <strong>de</strong> algoritmos e<br />
pelos resultados obtidos concluiu-se que, normalmente, não houve congruência entre as duas<br />
representações. As situações didáticas foram baseadas principalmente nos trabalhos <strong>de</strong><br />
Brousseau (1986) e Artigüe(1988).<br />
Segundo Barbosa (2001, p. 18 ), “a criação e a representação <strong>de</strong> um algoritmo não<br />
po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas como fases consecutivas <strong>de</strong> uma ação, uma vez que o algoritmo se<br />
põe a <strong>de</strong>scoberto a partir <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> sua representação”.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que um algoritmo po<strong>de</strong> ser representado <strong>de</strong> diferentes formas, como<br />
exposto na seção 4.5 – Formas <strong>de</strong> Representação <strong>de</strong> um Algoritmo e diante do fato <strong>de</strong><br />
muitos alunos afirmarem que sabem resolver o problema informalmente, mas não conseguem<br />
conceber a solução algorítmica, Barbosa (2001) observa que este po<strong>de</strong> ser um indício <strong>de</strong> que a<br />
dificulda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> estar relacionada com a representação. Logo, a representação <strong>de</strong> um<br />
algoritmo po<strong>de</strong> constituir um obstáculo a sua elaboração.<br />
O sistema <strong>de</strong> representação <strong>de</strong> algoritmos mais utilizado no ensino atualmente é o<br />
pseudocódigo. Esta preferência po<strong>de</strong> ser vista na maioria dos livros didáticos e técnicos sobre<br />
o assunto. Já a linguagem natural não aparece em nenhuma etapa <strong>de</strong>sse processo.<br />
Barbosa (2001) sentiu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer a representação dos algoritmos em<br />
linguagem natural, com o objetivo <strong>de</strong> recuperar <strong>de</strong>cisões feitas durante o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
algoritmo, possibilitando reflexões, generalizações e outras particularizações. Porém, as<br />
dificulda<strong>de</strong>s com o pseudocódigo persistiram, o que levou a pesquisadora à seguinte<br />
suposição: se <strong>de</strong> posse <strong>de</strong> uma estratégia para a resolução <strong>de</strong> um problema, um estudante<br />
consegue fazer uma representação do algoritmo em linguagem natural, mas tem dificulda<strong>de</strong>s<br />
em fazer a representação em pseudocódigo, um obstáculo a essa <strong>de</strong>scrição po<strong>de</strong> ser a<br />
conversão entre registros <strong>de</strong> representação semiótica diferentes.<br />
É interessante observar que estudos na área <strong>de</strong> Educação Matemática mostram que a<br />
passagem <strong>de</strong> uma representação para outra, muitas vezes não é evi<strong>de</strong>nte para a maioria dos