12.04.2013 Views

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - Fiocruz

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - Fiocruz

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - Fiocruz

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Boal (Op. cit. p. 319) no capítulo Teatro–Fórum: dúvidas e certezas, do livro<br />

referido, constata que o desenvolvimento em múltiplas direções do Teatro–Fórum<br />

em tantos países do mundo determina, inevitavelmente, uma revisão de todos os<br />

conceitos, de todas as formas, estruturas, técnicas, métodos e processos. Diz que<br />

tudo é reposto em questão, afirmando que só não se podem repor em questão os<br />

princípios mesmos do Teatro do Oprimido, que é um método complexo e coerente, e<br />

que esses princípios são: “a transformação do espectador em protagonista da ação<br />

teatral; a tentativa de, através dessa transformação, modificar a sociedade, e não<br />

apenas interpretá–la.”<br />

Boal (2006, p. 345) em resposta ao vigésimo e último tema discutido no<br />

capítulo: Quando é que termina uma sessão do Teatro do Oprimido? Diz que não<br />

deve terminar nunca. Realça que o objetivo do Teatro do Oprimido não é o de<br />

terminar um ciclo, provocar uma catarse, encerrar um processo. Mas que, ao<br />

contrário, deve promover a auto–atividade, iniciar um processo, estimular a<br />

criatividade transformadora dos espect–atores, convertidos em protagonistas.<br />

Aponta que cumpre–lhe, justamente por isso, iniciar transformações que não se<br />

devem determinar no âmbito do fenômeno estético, mas sim transferir–se para a<br />

vida real. Destaca (Op. cit. p.346) que teoricamente, é isto que deve acontecer, e<br />

tem acontecido na prática. Cita o exemplo do Teatro–Fórum: o oprimido cria um<br />

modelo que é constituído de imagens da sua vida real, isto é, uma realidade de<br />

opressão é mostrada em imagens. Explica que essas imagens possuem duas<br />

características essenciais: são imagens de algo real e são, elas próprias, reais, e<br />

que ao serem produzidas, passam a existir. Enfatiza que a partir da criação do<br />

modelo, podemos observar a existência de uma opressão que é real, e de imagens<br />

reais dessa opressão, como se existissem dois mundos: o mundo da realidade no<br />

qual o oprimido se inspirou para criar o mundo das imagens, e esse mundo das<br />

imagens. Observa que o oprimido que criou o modelo ( conjunto dinâmico de<br />

imagens) e todos os oprimidos que com ele se identificam (por identidade absoluta<br />

ou por intensa analogia) são pessoas privilegiadas nesta nova forma de teatro;<br />

pessoas que participam simultaneamente desses dois mundos, o mundo da<br />

realidade e o mundo das imagens tornadas realidade. Atesta que as pessoas que<br />

não se identificam com os oprimidos que originaram as imagens podem igualmente<br />

gozá–las, fruí–las, porém à distância – e não poderão nunca fazer a extrapolação<br />

das experiências tidas na vida imaginária para a vida real. Certifica que os<br />

103

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!