UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - Fiocruz
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navio. Idéia da qual se originou toda uma visão não integrada do ser humano e que<br />
deu margem à compreensão mecanicista da vida, da saúde e da enfermidade<br />
humana, visão acompanhada por Galeno, transmitida e reforçada através dos<br />
tempos. Ao contrário disso, ressalta o autor, no aristotelismo tomista, o piloto e o<br />
barco são uma única substância, com dois princípios distintos e interdependentes.<br />
Esse entendimento é vital para todo o arcabouço de compreensão da filosofia<br />
homeopática no entendimento e compreensão da individualidade e integralidade do<br />
ser humano.<br />
Elizalde (2004, p.51) esclarece que na antropologia homeopática existe um<br />
elemento fundamental que é a energia vital, onde o medicamento homeopático atua,<br />
fazendo voltar à eurritmia da mesma. O autor ensina que essa energia vital seria um<br />
terceiro elemento, intermediário entre a alma e o corpo. A energia é que cumpre a<br />
missão de mantê–los unidos; é o fator de ligação pelo qual a união do corpo e da<br />
alma faz–se substancial.<br />
Para Elizalde (1985, p.I–22) o critério de homem são sustentado pela<br />
homeopatia, isto é, o modelo de saúde utilizado por Hahnemann, é o de anterior ao<br />
acometimento da sua energia vital num passado transcendente, que os grandes<br />
mestres da homeopatia crêem concreto, real, histórico. De um homem equilibrado<br />
energeticamente, instalado em um habitat harmonioso. Eles pensam em um homem<br />
composto substancial de alma e corpo cumprindo em máximo equilíbrio, com<br />
felicidade e dignidade, tanto suas funções espirituais de conhecer e amar o<br />
Soberano Bem, como os seus objetivos corporais de nutrir–se, crescer e procriar.<br />
Sustenta que as diversas religiões, filosofias, mitologias, literatura, pintura, música,<br />
enfim, todas as expressões do espírito humano, sob distintas superestruturas e<br />
interpretações, nos falam de histórias que contêm, em sua essência, a nebulosa<br />
reminiscência de um passado ideal vivido pelo Ser Humano, e o desejo de retorno<br />
ao mesmo. Diz que juntamente com essa sensação de nostalgia, igualmente<br />
manifestam a consciência da responsabilidade por essa perda, sentimentos de<br />
culpa, de temor ao castigo e necessidade de justificar a falta cometida que<br />
ocasionou aquela perda. O autor ressalta que todos os homens contêm em si, no<br />
inconsciente, idênticos argumentos.<br />
Tudo isto ficaria no campo do imponderável, do abstrato, do mito, não fossem<br />
as patogenesias homeopáticas, isto é, as experimentações no homem dos<br />
medicamentos diluídos e dinamizados até romperem com o número de Avogadro e<br />
se converterem em medicamento energia. Segundo Elizalde (op. cit., p. I–23) essas<br />
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