UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - Fiocruz
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inovação na concepção de saúde. Significam o protagonismo das coletividades, das<br />
pessoas, sendo importante para a Promoção da Saúde, e não apenas importante<br />
para consumir o medicamento ou para entrar num aparelho de diagnóstico.<br />
Produzindo com a sua energia e com o seu conhecimento, desenvolvimento de<br />
habilidades pessoais que permitem às pessoas cuidar da saúde, proteger a sua<br />
saúde.<br />
De acordo com Carvalho (2007) tudo isso foi ao longo desse século<br />
amadurecendo essa idéia moderna de Promoção da Saúde na sua complexidade,<br />
na sua pretensão de relativizar o paradigma biomédico, reorientando o sistema de<br />
saúde. O autor enfatiza que este paradigma foi no século passado, de maneira<br />
avassaladora, tomando espaços nos mecanismos sociais, introduzindo bens e<br />
serviços orientados para combater a doença, tomando corações e mentes das<br />
pessoas que foram cada vez mais sendo medicalizadas. Tal paradigma estabeleceu<br />
como senso comum, que as pessoas só têm saúde caso tomem medicamentos,<br />
sejam examinadas e tenham aval de um médico, de alguém que diga quem possui<br />
ou não saúde. Carvalho (2007) destaca que essa idéia de total dependência é muito<br />
marcante no século XX, e o movimento da Promoção da Saúde vem como crítica a<br />
isso, é produtor de novas idéias.<br />
Observamos o empenho das pessoas em aderir a esse movimento de idéias<br />
expressado na seguinte percepção:<br />
[...] Eu acho que um grupo de teatro pode contribuir para a gente atingir o<br />
que a gente vem tanto buscando, que é transformar a nossa prática em<br />
cima da doença, da doença, da doença, para uma questão mais de<br />
reflexão, e a busca da Promoção da Saúde. Isso desperta interesse,<br />
desperta reflexão, e desperta a prática. Então creio que seria interessante a<br />
gente poder estar incorporando isso dentro da unidade para podermos dar o<br />
foco da Promoção da Saúde. [...] eu acho que é uma ferramenta, é um<br />
instrumento que a gente pode viabilizar, é um outro tipo de prática.<br />
(Entrevistado n°9)<br />
Concordamos com o palestrante quando o mesmo diz que a<br />
medicamentação no século passado foi tomando corações e mentes das pessoas.<br />
Realçamos, contudo, que isto vem ocorrendo desde o século 2, de Galeno até a<br />
contemporaneidade, e aquele senso comum que foi se estabelecendo, de que as<br />
pessoas só têm saúde caso tomem medicamentos, entendemos que após 19<br />
séculos, já faça parte do inconsciente coletivo da civilização ocidental.<br />
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